As espécies e os habitats protegidos estão a ser alvo de ameaça devido, essencialmente, à agricultura intensiva, à urbanização, à exploração florestal não sustentável e às alterações dos habitats de água doce. Este foi o alerta divulgado pela Comissão Europeia (CE), num relatório desenvolvido sobre o atual estado da natureza.
De acordo com a CE, entre as espécies, os peixes são os mais vulneráveis devido às alterações nas massas e caudais de águas e também pelas instalações hidroelétricas. Seguindo-se das aves, espécies extremamente ligadas à agricultura, que continuam, progressivamente, em declínio.
Já os habitats, apenas 15% estão em bom estado de conservação, pelo que a recuperação das turfeiras e de outras zonas húmidas pode, efetivamente, trazer benefícios para o meio ambiente, contribuindo, ainda, para combater as alterações climáticas.
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E A POLUIÇÃO DO AR, DA ÁGUA E DO SOLO ENTRE AS PRINCIPAIS CAUSAS
Segundo o boletim informativo da CE, também as alterações climáticas, a poluição do ar, da água e do solo, a sobreexploração dos animais, a caça e a pesca insustentáveis estão entre as principais causas que afetam as espécies e, consequentemente, os habitats.
Estima-se que, se nada for feito, o declínio resultará numa erosão contínua da biodiversidade e dos serviços vitais que proporciona, colocando, assim, em risco a saúde e a prosperidade humana.
Virginijus Sinkevičius, Comissário do Ambiente, Oceanos e Pescas, refere que “a avaliação do estado da natureza constitui o mais completo exame de saúde da natureza alguma vez realizado na U.E. Mostra claramente, uma vez mais, que estamos a perder o nosso sistema essencial de suporte vital.” Salientando, “cerca de 81 % dos habitats protegidos na U.E estão em mau estado. Há que cumprir urgentemente os compromissos assumidos na nova Estratégia de Biodiversidade da UE para inverter esta tendência, em prol da natureza, das pessoas, do clima e da economia”.
Para fazer face a estas problemáticas é urgente definir melhorias na execução de políticas de conservação, para que se possa preservar a saúde e resiliência da natureza europeia, bem como o bem-estar da comunidade. Fazer alterações profundas no consumismo será um passo determinante por um futuro verdadeiramente mais sustentável.