As emissões dos veículos motorizados, os processos industriais, a produção de energia, a combustão de resíduos domésticos e o uso de pesticidas na agricultura poluem o ambiente em todo o Planeta. As componentes específicas da poluição atmosférica variam de acordo com as fontes de poluição, com o clima e com a meteorologia, contudo, contêm invariavelmente químicos específicos conhecidos como carcinogénicos para os humanos. Um artigo da revista científica Nature defende que atualmente existe uma evidência crescente que indica que a poluição atmosférica é um fator de risco para o cancro da mama
Óxido de azoto, partículas finas e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos encontram-se associados à incidência de cancro da mama. E, os mecanismos fisiológicos pelos quais a poluição atmosférica afeta o cancro da mama são explicados por duas formas. Primeiramente, os poluentes podem causar mutações genéticas, pois são, como já foi referido, carcinogénicos. Para além, disso, a poluição pode afetar a incidência de cancro da mama por aumentar a densidade mamária, pelo facto de alguns produtos químicos contidos nas partículas poderem ter propriedades que alteram a função endócrina normal. Ora, a densidade mamária é conhecida como um fator de risco para o desenvolvimento de cancro da mama, bem como, dificulta o próprio diagnóstico. Outros fatores de risco incluem a idade, o género e os fatores hormonais (fatores não modificáveis), bem como, o índice de massa corporal, o consumo de tabaco e álcool, o nível de atividade física, a amamentação e o uso de terapia hormonal de substituição (fatores de risco modificáveis).
Mais de 6.ooo novos casos de cancro da mama por ano
Na verdade, todos os anos em Portugal se registam mais de 6.ooo novos casos de cancro da mama (apenas 1% são detetados nos homens) e por isso, a Liga Portuguesa Contra o Cancro- Núcleo Regional do Norte segue a tendência mundial do “Outubro Rosa” criando uma autêntica “Onda Rosa” que se foca na prevenção primária (estilos de vida saudáveis) e secundária (rastreios) do cancro da mama. A “Onda Rosa” ressalva a dimensão multifatorial da doença e apresenta como intuito inspirar para a mudança, mobilizando a sociedade para a luta contra o cancro da mama e para o reconhecimento e celebração dos sobreviventes. E ao inspirar essa luta, não se esquece de sensibilizar para o risco da poluição atmosférica.
Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro
Nota: os artigos publicados na secção opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores.
O movimento conhecido por “Outubro Rosa” (Pink October) nasceu nos Estados Unidos da América, na década de 90 do século passado, com o intuito de inspirar a mudança e mobilizar a sociedade para a luta contra o cancro da mama. Desde então, por todo o mundo, a cor rosa é utilizada para homenagear as mulheres com cancro da mama, sensibilizar para a prevenção e diagnóstico precoce e apoiar a investigação nesta área.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), em representação da EUROPA DONNA (Coligação Europeia Contra o Cancro da Mama) e através do Movimento “Vencer e Viver”, promove a iniciativa “Outubro Rosa” com a finalidade de consciencializar para a prevenção e diagnóstico precoce do cancro da mama, nomeadamente através do Rastreio, e divulgar informação e formas de apoio à mulher e família.
Durante o mês de outubro, a Liga Portuguesa Contra o Cancro desafia a comunidade a juntar-se ao movimento “Outubro Rosa”, propondo o desenvolvimento de iniciativas solidárias, com particular destaque para os dias em que se assinalam três importantes efemérides:
13 de outubro: Dia Mundial do Cancro da Mama Metastático
15 de outubro: Dia da Saúde da Mama (Breast Health Day)
30 de outubro: Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama
O cancro da mama é um relevante problema de saúde pública. Segundo os dados estatísticos mais recentes (Globocan, 2021), é o mais frequente (prevalente) em Portugal e em todo mundo.
Em 2020, no nosso país, estima-se que 7000 mulheres tenham sido diagnosticadas e 1800 tenham morrido com esta doença. Apesar de ser o tipo de cancro mais incidente na mulher (com maior número de casos), cerca de 1 em cada 100 cancros da mama desenvolvem-se no homem.
Não são conhecidas as causas exatas . No entanto, foram identificados alguns fatores de risco que importa conhecer:
– O maior fator de risco é a idade (80% de todos os tipos de cancro da mama ocorre em mulheres com mais de 50 anos);
– Uma mulher que já tenha tido cancro numa das mamas tem maior risco de ter esta doença na outra;
– As alterações em determinados genes, transmitidas pelos pais, estão na origem de cerca de 5% a 10% dos casos;
– O excesso de peso aumenta o risco;
– O consumo de tabaco ou o consumo excessivo de álcool estão associados ao desenvolvimento de vários cancros;
– A primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos) e uma menopausa tardia (após os 55 anos) são fatores de risco.
Se diagnosticado e tratado precocemente, o cancro da mama tem uma taxa de cura superior a 90%. A prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais para o aumento da sobrevivência e manutenção da qualidade de vida da mulher.
➡ Nódulo na mama ou na zona da axila, detetável ao toque;
➡ Alterações no tamanho ou formato do mamilo;
➡ Alterações na mama ou mamilo, visíveis ou ao toque;
➡ Sensibilidade ou retração do mamilo;
➡ Secreção ou perda de líquido do mamilo;
➡ Pele da mama, mamilo ou aréola gretada ou descamativa, vermelha ou inchada;
➡ Dor constante na zona da mama ou da axila.