O mar, a agricultura, o ambiente e a indústria foram os setores discutidos na conferência Ação Climática – Desafios Estratégicos, que juntou, na Alfândega do Porto, os seis ministros que tutelam as pastas dos temas em destaque – o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes e o Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos – e 16 especialistas, com o propósito de encontrarem soluções com vista à neutralidade carbónica, à competitividade, através das energias limpas, e à sustentabilidade.
Neste debate, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, reforçou que o tema das alterações climáticas é o ponto mais estratégico e determinante a ser resolvido.
RECUPERAÇÃO ECONÓMICA PÓS-COVID, AGRICULTURA, OCEANOS E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS EM DESTAQUE
No âmbito desta iniciativa foram desenvolvidos 4 painéis de temas em destaque. No primeiro, o debate centralizou-se na recuperação económica e social no período pós-covid, uma vez que os movimentos para a recuperação estão alinhados com os princípios da neutralidade carbónica. O segundo tema focalizou-se na agricultura, por ser um dos setores mais afetados, em Portugal, pelos efeitos das alterações climáticas, com tendência para elevar o risco de escassez de água, pelo aumento da frequência e intensidade dos fenómenos meteorológicos extremos e pelos efeitos do aumento da temperatura.
O terceiro momento foi dedicado aos oceanos e aos impactos nefastos do lixo marinho, da subida do nível das águas, das alterações climáticas, da perda de biodiversidade, da segurança alimentar, da acidificação e da sustentabilidade, em toda a biodiversidade do Planeta. No último painel, salientou-se o ponto mais estratégico, e um dos principais problemas ambientais, as alterações climáticas. Este fenómeno, considerado pelos especialistas um risco global, afeta, sobretudo, as populações mais vulneráveis, expostas à pobreza e às migrações.
João Pedro Matos Fernandes refere que é fulcral “definir metas e com elas as agendas que nos levam aos compromissos, fazer os investimentos certos por forma a estancar a crise climática, garantindo com estes o bem-estar e, essencialmente, construir uma nova agenda cidadã baseada na informação e na cultura ambiental.” Salientando que é fundamental “apoiar quem mais precisa e ser responsável, no mundo, na Europa, em Portugal, no nosso comportamento individual.” Para o Ministro do Ambiente e da Ação Climática “não há sustentabilidade ambiental sem erradicar a pobreza, sem promover a igualdade de oportunidades e de género, sem combater o sofrimento animal, sem reconhecer que esta é uma questão global e se é fundamental o compromisso de cada país, este pode ser inútil se não for universal. Em Portugal teremos de erradicar a pobreza energética, indo além do apoio social às tarifas e garantindo que a eletrificação e o bem-estar energético terão de chegar a todos”.
A APOSTA NO HIDROGÉNIO VERDE
Entre as soluções apresentadas está a aposta no hidrogénio verde, onde Portugal assume um lugar de destaque, em relação aos restantes países da Europa. Em Portugal, 57% da energia é consumida através de fontes renováveis, um valor que, até 2030, vai ser maximizado para 80%, traduzindo-se em menos importações e grandes ganhos para a balança comercial e para a eficiência energética.
A aposta no hidrogénio verde torna-se fundamental, de modo a promover, a aprofundar e a facilitar a transição energética. Este projeto é também uma oportunidade de desenvolvimento económico, industrial, científico e tecnológico no quadro europeu, mitigando, desta forma, a problemática ambiental das energias.
Nesta conferência foram, então, debatidos os principais desafios internacionais nas diversas áreas que têm disputado riscos para a sustentabilidade e para o ambiente. A adoção de medidas de adaptação para aumentar a resiliência e reduzir as vulnerabilidades de Portugal aos efeitos das alterações climáticas, torna-se fundamental para minimizar os impactos ambientais.