28 biliões de toneladas de gelo derreteram entre 1994 e 2017. Este foi o alerta dado por uma equipa de cientistas, da Universidade de Leeds, em Londres, que recorreram à análise de imagens de satélite dos polos, de montanhas e de glaciares terrestres para investigar os danos causados pelas alterações climáticas.
De acordo com este estudo, divulgado na revista Nature, o degelo tem elevadas consequências negativas, tal como a diminuição da capacidade da Terra de refletir a radiação solar de volta para a atmosfera. Este fenómeno coloca ainda em risco a biosfera das regiões Ártica e Antártica e potencia o desaparecimento de fontes de água doce. As implicações da subida do nível das águas do mar poderão causar impactos desastrosos para um milhão de pessoas, que vivem em regiões costeiras de baixa altitude.
DEGELO ACRESCE 17 CENTÍMETROS NO NÍVEL DO MAR
Em termos concretos, os investigadores explicam que as imagens de satélite não observam apenas a quantidade de gelo que se perde. Estas ajudam a identificar e a perceber que parte da Antártida e da Gronelândia está a perder gelo e através de que processos.
O volume de glaciares e os mantos de gelo estão a desaparecer a uma velocidade acelerada, representando um acréscimo de mais 17 centímetros no nível do mar e, consequentemente, um aumento da temperatura do Planeta. Este impacto alarmante está a originar um efeito de bola de neve, onde as reduções das quantidades de gelo causam uma maior exposição do mar e dos solos que se encontram por baixo deste, o que, por sua vez, dá espaço a uma maior absorção de calor.
AQUECIMENTO GLOBAL É A PRINCIPAL CAUSA DO DESAPARECIMENTO DA CAMADA DE GELO
Estes resultados chocantes são coincidentes com as piores previsões do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, organismo da Organização das Nações Unidas – ONU dedicado ao estudo do aquecimento da Terra. Este cenário preocupante é considerado, pelos investigadores, uma consequência direta do aquecimento global.
EXTINÇÃO DE ESPÉCIES POR CAUSA DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
A liquefação da camada de gelo está a afetar diretamente todas as espécies, levando-as à extinção. O fitoplâncton que alimenta diversas espécies e que cresce sob o gelo do mar está cada vez mais escasso, comprometendo a alimentação dos animais.
Este abrupto derretimento de gelo tem impactos severos na fauna e na flora. Como consequência, as focas, os pinguins e os ursos polares encontram-se fortemente ameaçados.
Este fenómeno impactante poderá afetar o Planeta de uma maneira irreversível. Torna-se, assim, essencial proceder à implementação de medidas de responsabilidade ambiental, para minimizar este flagelo à escala global.