Em média, cada pessoa ingere, aproximadamente, 5 gramas de plástico por semana, o equivalente a um cartão de crédito. Este é o alerta dado pela World Wide Fund for Nature (WWF) resultante de um estudo desenvolvido por investigadores da Universidade de Newcastle, na Austrália, que trocaram gramas de plástico por objetos palpáveis verificando, assim, este feito.
Os microplásticos estão a entrar nos alimentos, na água potável e no ar que respiramos. Estas pequenas partículas têm origem, essencialmente, em fibras artificiais de roupas sintéticas, em algumas pastas de dentes e em pedaços de plástico que gradualmente se vão degradando, quando deitados fora.
Os investigadores compilaram mais de 50 estudos sobre o tema e concluíram que, desde o ano 2000, foi produzido mais plástico que em todos os anos anteriores juntos. Este é o resultado de um drástico aumento na produção de plástico desde 1950.
A ÁGUA ENGARRAFADA CONTÉM MAIS MICROPLÁSTICOS QUE A DA TORNEIRA
De acordo com um estudo desenvolvido pela WWF, a água é uma das maiores fontes de microplásticos. Em média, cada pessoa ingere até 1.769 partículas de microplástico, por semana, apenas por beber água engarrafada ou da torneira.
Concluiu-se que, aqueles que bebem exclusivamente água engarrafada consomem mais 90.000 partículas de plástico por ano do que quem bebe água da torneira.
MICROPLÁSTICOS NOS OCEANOS E NOS RIOS AFETAM A CADEIA ALIMENTAR
A poluição nos oceanos e nos rios por microplásticos constitue um risco severo para o Planeta. A água e as condições climáticas decompõem o plástico descartado, convertendo-o em pequenas partículas com menos de 5 centímetros. Estas são facilmente confundidas com comida, o que faz com que ao serem ingeridas por animais marinhos, afetem toda a cadeia alimentar.
O plâncton, os bivalves, os peixes e as baleias são as espécies que mais confundem o plástico com alimento, sendo estes os mais afetados. Nas tartarugas e aves, estas pequenas partículas de plástico bloqueiam-lhes o aparelho digestivo, resultando numa diminuição do crescimento e da capacidade reprodutiva.
Estima-se que, se nada for feito, os oceanos poderão ter mais plástico que peixe, entre 2025 e 2050, representando uma tonelada de plástico por cada três toneladas de peixe.
CADA PESSOA PODE INGERIR MAIS DE 70.000 PARTÍCULAS DE MICROPLÁSTICO POR ANO
Esta foi a conclusão a que chegaram os investigadores da Universidade Canadiana British Colúmbia, depois de analisarem 26 estudos sobre as quantidades de partículas de microplástico em mais de 3.600 amostras de marisco, peixe, açúcar, sal, álcool e água.
A partir desse estudo, verificaram que a ingestão de microplásticos depende da idade e do género de cada pessoa, pelo que o seu consumo foi estimado entre 39.000 e 52.000 partículas por ano.
Sensibilizar para os impactos desastrosos do plástico pode ajudar a minimizar este flagelo no Planeta. É imperativo reduzir o seu consumo, pois esta problemática está a expandir-se rapidamente por todo o mundo. Fazer circularidade dos plásticos deve ser o mote de todos, para que no futuro consigamos combater a proliferação de plástico desnecessário e evitar o seu fim como resíduo.