Procurar
Close this search box.
Procurar
Os mais lidos

E tu, já reciclaste hoje?

tu-ja-reciclaste-essencia-ambiente

O crescimento económico das últimas décadas permitiu retirar biliões de pessoas da pobreza extrema. De 1981 a 2015, 34% da população mundial saiu da condição de pobreza extrema e até 2030, 3 biliões de pessoas sairão desta condição para a classe média, o que significa um acréscimo de 50% face aos números atuais. Este é, sem dúvida, um enorme avanço civilizacional.

No entanto, este fabuloso elevador social que construímos, conjuntamente com um crescimento demográfico exponencial que fará com que cheguemos à marca dos 10 biliões de seres humanos em 2050, colocarão uma pressão sem precedentes sobre os recursos naturais, decorrente do expectável aumento do consumo. Este é, sem dúvida, a par do combate às alterações climáticas, o maior desafio de sustentabilidade que se nos depara nos dias de hoje. A escassez de recursos e a pressão sobre os mesmos implica, obrigatoriamente, alterações profundas ao modo como produzimos, consumimos e tratamos os nossos resíduos. O modelo de economia linear (take–make–waste) não é sustentável.

Na Europa, em particular, é absolutamente essencial a mudança de paradigma. A sua elevada dependência da importação de matérias-primas – a Europa apenas produz 9% dos 54 materiais essenciais – e a crescente pressão do lado da procura, comprovam que persistir num modelo linear seria um enorme erro estratégico. O paradigma da economia circular é um caminho essencial, não só para reduzir a pressão sobre os recursos, mas também para a reintrodução de resíduos na economia, reduzindo assim o impacto ambiental da sua deposição em aterros. A implementação deste paradigma tem vindo a fazer o seu caminho e paulatinamente introduzido ao nível das políticas ambientais um pouco por todo o mundo.

No entanto, atualmente estima-se que apenas 8% da economia mundial seja circular pelo que o esforço tem de ser aprofundado drasticamente e de forma célere. Por isso, caro leitor, está a ver esse ecoponto aí ao lado? Vá lá, não custa nada…

Tiago Miranda

Diretor Executivo do IB-S – Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-Sustentabilidade da Universidade do Minho

Nota: os artigos publicados na secção opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores.

tiago-miranda-essência-do-ambiente