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Estudo analisa o impacto intergeracional do uso dos recursos naturais

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A fim de calcular o impacto da utilização de recursos naturais pelas diferentes gerações em Portugal, a Fundação Gulbenkian desenvolveu o estudo “Limites Ecológicos: O Impacto Intergeracional do Uso de Recursos Naturais”. Da autoria de Tiago Domingos e Ricardo da Silva Vieira, do Instituto Superior Técnico, com peer review de Antonieta Cunha e Sá, da NOVA SBE, e de Miguel Bastos Araújo, da Universidade de Évora, o mesmo revela os limites ecológicos de cada geração, a causa para a transgressão dos limites e o legado deixado para as gerações futuras.

De acordo com a Fundação Gulbenkian, Portugal ultrapassou os limites ecológicos em todas as categorias. Assim, as áreas de maior preocupação são as emissões de gases com efeitos de estufa, a produção de resíduos e a poluição da águae do ar, que se encontram acima do limite.

PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO ESTUDO

São as gerações mais velhas que têm impactos ambientais per capita mais elevados no que diz respeito à poluição da água e à pressão sobre os ecossistemas. Em todo o caso, todas as gerações têm ultrapassado os diversos limites ecológicos, sendo o crescimento económico a principal causa da transgressão destes limites.

A única exceção é mesmo a Geração Z, que, todavia, ainda não atingiu a idade na qual tipicamente se verificam os níveis de consumo mais elevados como a procura de energia, o consumo de água e a produção de resíduos.

As gerações presentes e futuras para serem sustentáveis têm disponível um limite de emissões de carbono 41% inferior ao que se verificava até aos anos 90. Isto acontece devido às várias gerações terem ultrapassado os limites de emissões de carbono.

Contudo e apesar de ultrapassarem os limites em muitos indicadores, as gerações mais velhas contribuíram para a implementação de políticas que ajudaram a dissociar parcialmente os indicadores ambientais do PIB.

Estas políticas, iniciadas a partir dos anos 90, como a introdução do gás natural, o investimento em fontes renováveis de eletricidade, as medidas de eficiência energética, as políticas para combustíveis e transportes mais limpos e as políticas de valorização de resíduos, reduziram os impactos ambientais da sua própria geração e das gerações mais jovens.

Os padrões de desenvolvimento humano e as atividades económicas resultaram em desafios de sustentabilidade de escala e urgência sem precedentes, como as alterações climáticas e a perda de biodiversidade global. Este tipo de desenvolvimento levanta uma questão crítica: “as pressões induzidas pelo homem excedem os limites ambientais do planeta?”.  É, por isso, urgente a adoção de medidas concretas e imediatas que permitam o rumo certo que o planeta precisa. Com o esforço de todas as gerações isso é possível!