O desperdício alimentar é um problema global, com consequências graves em termos sociais, económicos e ambientais – 1/3 DA COMIDA É DESPERDIÇADA A NÍVEL MUNDIAL.
De forma grosseira, podemos observar cenários completamente contrastantes entre os hemisférios norte e sul do planeta, estando o poder económico e consequentemente o acesso à alimentação na base dessa diferença.
No hemisfério norte, encontramos uma sociedade com maior poder económico e com isso maior facilidade de acesso aos alimentos, contribuindo para dois fatores relacionados com os alimentos:
- Um consumo excessivo de comida, na sua maioria de má qualidade, manifestando-se como sobrepeso (excesso de peso ou obesidade). Ora, as principais causas de incapacidade, de redução da qualidade de vida e de morte resultam exatamente do sobrepeso, como a hipertensão, a diabetes, a dislipidemia, enfartes cardíacos e cerebrais, entre outros.
- O desperdício alimentar que se faz sentir em grande escala, ao longo de toda a cadeia, desde a fase de produção-agricultura/pós colheita (47%), processamento (12%), retalhistas (7%) e consumidores (34%).
No hemisfério sul, encontramos uma sociedade com menor poder económico, que conta, na sua generalidade, com os alimentos que a natureza lhes oferece localmente, insuficiente para suprir as necessidades alimentares da população que aqui reside, conduzindo, sobretudo, a défices nutricionais que comprometem o bom funcionamento do sistema imunitário e, em casos extremos, à fome. As principais causas de debilidade e morte, são as doenças oportunistas e infeciosas.
Ora esta situação coloca-nos desafios para os quais podemos contribuir de forma simples. A solução será a proteção da humanidade e do PLANETA, como um TODO, dos perigos inerentes ao nosso próprio poder.
E se soubéssemos que o planeta afinal consegue fornecer recursos suficientes para nos manter saudáveis e felizes na maior parte da nossa vida?
E se soubéssemos que afinal, nós Seres Humanos, é que estamos a gerir e distribuir de forma desequilibrada e incorreta estes recursos?
Podemos ajudar a minimizar este problema que afinal é mais de distribuição do que de produção e poupar o nosso dinheiro.
Para tal, atenta ao que sugerimos:
- Organizar as idas ao supermercado, planeando as refeições e as compras com antecedência.
- Comprar apenas o que vamos consumir.
- Não rejeitar frutas e legumes com pior aspeto.
- Escolher alimentos próximos do fim de prazo, quando sabemos que os vamos consumir atempadamente.
- Quando estamos a cozinhar e antes de deitar algum resto de alimento no lixo, pensar nalguma forma de o aproveitar. Quase TUDO pode ser aproveitado.
- Procurar não fazer comida a mais. Se sobrar, não deitar no lixo.
Reduzir o desperdício alimentar equivaleria a retirar da atmosfera cerca de 90 gigatoneladas de CO2e (dióxido de carbono equivalente). Se o desperdício alimentar fosse um país, seria o TERCEIRO PAÍS DO MUNDO com mais emissões de CO2e, depois da China e dos Estados Unidos da América.
Podemos contribuir de forma ativa para a redução do desperdício alimentar e com isso poupar o nosso dinheiro, tornando-nos num exemplo para aqueles que nos rodeiam. Se cada um fizer a sua parte é mais fácil conseguir alterar num sentido positivo o que nos está reservado. Respeitar o planeta é cuidar de nós, do nosso futuro e dos nossos filhos.
Artigo original publicado na Ecobiozon.