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SPV: 60% dos portugueses não reciclam porque os ecopontos são longe

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De acordo com a Sociedade Ponto Verde (SPV), 14% da população portuguesa ainda não tem hábitos de reciclagem. Esta foi a conclusão da terceira vaga da iniciativa “Radar da Reciclagem”. A análise, desenvolvida pela SPV, refere que a distância de casa ao ecoponto é apontada por 60% dos portugueses não recicladores como uma das principais barreiras no que diz respeito à separação de embalagens, sendo que, desses indivíduos, 71% afirma que faria a separação destes resíduos caso tivessem à sua disposição um ecoponto a menos de 50 metros da habitação.

Segundo este estudo, para estes indivíduos, a oferta de incentivos (69%) que podem ser monetários, fiscais ou na forma de vales/descontos, a realização de melhorias nos equipamentos de separação de resíduos no exterior das habitações (50%) e uma maior credibilidade no processo de reciclagem (43%) são fatores a considerar para modificar os seus atuais comportamentos de reciclagem e passarem a contribuir para um futuro verdadeiramente mais sustentável.

Ana Isabel Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, refere que “estes resultados levam-nos a concluir que há ainda um caminho a percorrer para continuarmos a assistir à mudança de comportamentos que levem a um maior aumento nas taxas de separação e reciclagem de embalagens em Portugal.”

PRINCIPAIS DÚVIDAS ENTRE A SOCIEDADE PORTUGUESA SOBRE A RECICLAGEM

Apesar de muitos portugueses ainda não reciclarem, o estudo demonstra que 65% da população considera que reciclar é fácil, embora uma análise mais profunda revele que 40% dos portugueses não estão ainda completamente esclarecidos sobre esta temática. É junto do sexo feminino, da faixa etária dos 45/64 anos, na região do Litoral Centro e entre aqueles que não têm hábitos de separação que se encontram as maiores percentagens de indivíduos que referem ter dúvidas.

Também a distinção do ecoponto correto para a colocação das várias embalagens é uma das maiores dúvidas, tendo sido mencionada por 62% dos indivíduos que se dizem não totalmente esclarecidos – em particular são do sexo feminino, em idades entre os 25/34 anos e residentes na Grande Lisboa.

“É essencial que se continue a atuar em rede com todos os agentes económicos e em grande proximidade nas comunidades, a criar novas ideias e modelos que incentivem a reciclagem de embalagens e a desenvolver campanhas de comunicação que continuem a sensibilizar e a esclarecer as dúvidas que ainda persistem. É com o empenho e a mobilização de todos em torno da circularidade que continuaremos a construir um mundo ainda mais sustentável”, remata Ana Isabel Trigo Morais.