Procurar
Close this search box.

Okeanos: jardins de corais e esponjas no mar profundo dos Açores

Extensos jardins de corais e campos de esponjas foram descobertos por biólogos do Centro de Investigação OKEANOS, no mar profundo dos Açores. A equipa destes investigadores realizou mais de 200 mergulhos com o sistema de câmaras derivantes, explorando 110 km de fundos marinhos a cerca de 200 mil metros de profundidade.

De acordo com os investigadores, muitas das áreas estudadas e descobertas podem constituir ecossistemas marinhos  vulneráveis, no entanto apresentam um bom estado ambiental. Telmo Morado, investigador do OKEANOS, refere que “estas comunidades são bastante vulneráveis às atividades humanas como a pesca ou até mesmo a exploração mineral que poderá vir a acontecer.” Salientando, “de qualquer forma, parte das comunidades que nós observamos, algumas delas grandes com estruturas tridimensionais e que criam habitat, ainda apresentam um bom estado ambiental apesar de algumas terem sinais de impacto da pesca.”

COMUNIDADES BIOLÓGICAS SÃO AGORA CONHECIDAS

Após analisarem as imagens recolhidas, os investigadores verificaram que o mar fundo da região alberga um grande número de espécies bentónicas e escondem um elevado número de habitats que suportam jardins de corais de água fria e campos de esponjas.

Marina Carreiro, investigadora do OKEANOS, afirma que através desta investigação se verificou que “os Açores são um hotspot de corais de água fria. Desta forma, são o local do Atlântico Norte com maior diversidade de octocorais, um grupo específico de corais, e estes corais têm uma estrutura muito arborescente, que lembra as árvores e tem grandes dimensões, e por isso servem de habitat, de refúgio e de áreas de alimentação para um grande número de espécies tanto invertebrados como peixes de valor comercial.Salientando,agora sabe-se que estes ecossistemas do mar profundo tem um valor muito grande tanto a nível de biodiversidade total como também economicamente.”

Uma definição de políticas de conservação e de gestão do fundo do mar é o que os investigadores do Okeanos esperam, para que seja possível a preservação destes ecossistemas marinhos vulneráveis.