Na zona costeira do Algarve tem-se registado grandes acumulações de algas na linha da maré, as quais se amontoam na zona de rebentação das ondas e são, posteriormente, espalhadas pelo areal. Contudo, as mesmas não constituem fator de degradação ambiental, pelo que a sua remoção das praias não é imediata.
Apesar de haver uma forte apreensão dos banhistas, a APA – Agência Portuguesa do Ambiente esclarece que se trata de um fenómeno natural que não põe em causa a qualidade da água balnear, sendo este acompanhado por autoridades com competência na matéria.
FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O APARECIMENTO DE MACROALGAS NO AREAL
Entre muitas causas, o aparecimento ocorre, frequentemente, devido a condições meteorológicas e oceanográficas favoráveis ao desenvolvimento e movimentação das massas de algas. Por exemplo, no barlavento algarvio as algas são típicas dos fundos rochosos, isto é, algas castanhas e vermelhas (Phaeophyta e Rhodophyta) e surgem na sequência de correntes propícias ou após vários dias com rajadas de vento constantes, o que impede a subida de águas profundas até à superfície.
Já no sotavento algarvio, as algas que se acumulam nas praias incluem-se no filo Chlorophyta, isto é, algas-verdes, espécies que tendem a multiplicar-se na Ria Formosa quando as condições de temperatura e de luz combinam com concentrações elevadas de nutrientes, e que, sendo exportadas pelas barras de maré, acabam por ser depositadas na linha de costa, de acordo com o sentido das correntes.
A excessiva acumulação de algas no areal constitui um aporte de nutrientes no local, essencial, por exemplo, para o crescimento das plantas das dunas embrionárias.
De forma geral, as massas de algas são trazidas e levadas de volta ao mar pelo movimento das marés, e, uma vez que não constituem perigo para a saúde pública nem ambiental, a sua concentração é natural e não há razões para preocupações.