No Dia Internacional dos Resíduos Elétricos, assinalado a 14 de outubro, o Electrão deixou um alerta: Portugal continuava longe de cumprir a meta europeia de recolha de equipamentos elétricos usados.
Apesar do crescimento da recolha nos últimos anos, os resultados nacionais permaneceram abaixo do esperado. Em 2024, foram recolhidas cerca de 57 mil toneladas de equipamentos elétricos, quando seriam necessárias 150 mil toneladas para atingir a meta de 65%, segundo estimativas baseadas na quantidade média colocada no mercado.
O Diretor-Geral de Elétricos e Pilhas do Electrão, Ricardo Furtado, destacou que, embora a rede de recolha tivesse sido ampliada e os volumes de reciclagem aumentassem anualmente, os resultados continuavam insuficientes, apontando para a necessidade de envolver todos os agentes da cadeia de valor.
Entre os principais obstáculos, o Electrão identificou os hábitos de acumulação e descarte incorreto dos equipamentos e o mercado paralelo de resíduos elétricos, que desviava grandes quantidades do circuito formal de reciclagem. O projeto WEEE Follow, desenvolvido pela entidade, revelou que três em cada quatro equipamentos entregues no canal municipal eram desviados.
O alerta do Electrão surgiu num contexto em que a reciclagem de equipamentos elétricos e eletrónicos assumia um papel estratégico para a autonomia europeia, uma vez que estes resíduos contêm matérias-primas críticas como lítio, cobalto e cobre, essenciais à transição energética e digital.
Furtado sublinhou que “recuperar estes materiais é urgente, tanto do ponto de vista ambiental como estratégico”, e defendeu uma aposta reforçada na reparação e reutilLEização.