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ZERO preocupada com águas balneares: menos praias e com menor excelência

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De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, de um total de 666 águas balneares, 565 apresentaram excelente qualidade (84,8%) – um decréscimo de 5%, face ao ano anterior, ficando, assim, Portugal abaixo da média europeia. Oito apresentaram má qualidade da água (1,2%) – um valor quatro vezes superior, mesmo considerando que se trata de um número diminuto de praias.

Face a esta tendência contrária, a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável destaca que esta situação “marcada no que respeita à redução das praias com excelente qualidade, merece uma avaliação por parte da Agência Portuguesa do Ambiente e das Direções Regionais do Ambiente no caso dos Açores e Madeira, pelas responsabilidades que têm na gestão dos recursos hídricos”. Salientando que “se a seca pode ter reduzido caudais nas águas balneares interiores e agravado a contaminação presente, tal deverá fortalecer a necessidade de uma maior fiscalização, sendo que, por exemplo, a maioria das praias classificadas como “más” até são praias costeiras”.

NOVAS ÁGUAS BALNEARES

De acordo com as Portarias respetivas de cada ano, o total de águas balneares em funcionamento é de 658 em 2023. A 15 e a 17 de junho abriram a época balnear 245 praias. Há um conjunto de seis novas praias na listagem, três interiores no Continente e três costeiras nas Regiões Autónomas.

Oito águas balneares que estiveram em funcionamento em 2022 receberam a classificação “má” relativamente à qualidade da água. Três das oito praias, todas interiores, não estão em funcionamento nesta época balnear de 2023 – Cascata da Cabreia em Sever do Vouga, Melres em Gondomar e Quinta do Alamal (Albufeira de Belver) em Gavião. A Praia do Areínho, em Arouca, também deixou de ser uma água balnear em 2023.

PROBLEMAS IDENTIFICADOS E RECOMENDAÇÃO DA ZERO

De acordo com a ZERO que consultou os dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos existem inúmeros problemas e recomendações que devem ser tomados em consideração.

  • Há muitas análises por reportar no Sistema de Informação;
  • Dez praias já tiveram até agora uma análise que levou ao desaconselhamento ou proibição de banhos;
  • Quatro praias já tiveram até agora duas análises que levaram ao desaconselhamento ou proibição de banhos (Poças do Gomes – Doca dos Cavacas no Funchal, Inatel e Pescadores em Albufeira e Amoreira-Rio em Aljezur) sendo que neste último caso tal se verificou imediatamente antes ainda da abertura da época balnear;
  • Quatro praias encontravam-se interditadas pelo Delegado Regional de Saúde; outras três praias foram interditadas por um curto período face aos resultados elevados das análises

Perante estas problemáticas, a ZERO aconselha os utentes das praias a verificarem a qualidade da água cujas últimas análises deverão estar disponibilizadas no local e solicita à Agência Portuguesa do Ambiente para melhor publicitar e justificar os desaconselhamentos e interdições que se forem verificando ao longo da época balnear.