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Weee-Follow identifica equipamentos que são desviados para o mercado paralelo

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De acordo com o Electrão – Associação de Gestão de Resíduos, três em cada quatro equipamentos elétricos usados, colocados pelo cidadão comum na via pública, para recolha posterior dos municípios, são desviados para o mercado paralelo e não chegam às unidades de tratamento onde seriam corretamente descontaminados e reciclados. Esta é a conclusão do projeto Weee-Follow, promovido pelo Electrão, que identifica os desvios de equipamentos elétricos e possíveis rotas de mercado paralelo.

Desta forma, o Electrão monitorizou o percurso de 73 equipamentos, distribuídos por 12 dos concelhos mais populosos das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, através de GPS instalados em cada um dos equipamentos. A entidade optou por rastrear os equipamentos mais procurados pelo mercado paralelo, como é o caso de frigoríficos, torres de computadores, máquinas de lavar e fogões.

Através desta monitorização, foi possível verificar que a esmagadora maioria dos aparelhos colocados na via pública (75%) é canalizada para um circuito informal, significando que, em muitos casos, os equipamentos são transformados em sucata metálica. Apenas 25% destes equipamentos é que têm como destino final um operador de tratamento de resíduos, de forma a descontaminar os equipamentos e a recuperar os materiais para reciclagem. Também foi possível concluir que muitos aparelhos acabam por ser exportados.

OS PERIGOS DO MERCADO PARARELO DOS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS USADOS

Segundo a Associação de Gestão de Resíduos, os gases de refrigeração associados ao desvio de equipamentos nos canais municipais representaram, em 2020, 36 toneladas. Um valor equivalente à circulação de 13.500 automóveis durante um ano, em Portugal. Em alternativa, seriam necessários 550 hectares de pinheiros para absorver o CO2 equivalente destes equipamentos durante um ano.

Para o Diretor-Geral do Electrão, Pedro Nazareth, “o resultado deste projeto demonstra que urge privilegiar soluções para a recolha de equipamentos elétricos usados porta-a-porta, como o Electrão já está a fazer, no âmbito de um projeto piloto, em Lisboa, em complemento com a recolha municipal na via pública”. O Weee-Follow é um projeto que Pedro Nazareth acredita ser uma excelente ferramenta para ajudar a pôr fim a más práticas e comportamentos. O mesmo salienta que “este projeto pode ajudar a aumentar o número e a qualidade dos equipamentos elétricos usados já que permite às autoridades ambientais a possibilidade de realizar ações coordenadas com vista a penalizar as origens e os recetadores”.

A recolha nos canais municipais representa 0,7 quilos por habitante ao ano, o que fica abaixo dos 4,4 registados em alguns países da União Europeia. Assim, para que Portugal pudesse cumprir a meta nacional teriam de ser recolhidos nos canais municipais 11,5 quilos por habitante ao ano.

PROJETO QUE PROMOVE A SUSTENTABILIDADE DO AMBIENTE

Uma vez que os resultados alcançados no âmbito do Weee-Follow foram um mote para a sensibilização ambiental, será dinamizado um projeto à escala nacional e alargado às restantes entidades gestoras de equipamentos elétricos.

Desta forma, o projeto Weee-Follow vai ser seguido na Campanha Nacional de Fiscalização de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE), que decorrerá em articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente, Direção Geral das Atividades Económicas e entidades públicas competentes em matéria de inspeção e fiscalização no contexto de gestão de REEE.