Garantir a sustentabilidade ambiental em toda a cadeia de valor é um dos principais motores de desenvolvimento da MADECA, empresa especializada na produção automatizada de paletes e na gestão florestal. Uma empresa centenária que tem desde a sua génese um ADN com forte preocupação ambiental.
Desde a sua criação que investiu, e continua a investir, em florestas próprias, combatendo assim um dos principais problemas da manutenção sustentável das áreas florestais – o abandono – e ao, mesmo tempo, trabalhando para garantir a sobrevivência dos ecossistemas e a manutenção da biodiversidade. Sendo, em Portugal, uma das poucas empresas do setor que controla todo o processo desde a floresta até ao consumidor final, a Madeca considera ser esta a única forma de ter a certeza que a sustentabilidade ambiental está garantida em todo o processo.
Mas o investimento em tornar-se cada vez mais sustentável e eficiente não é encarado como algo estanque e vai muito além da gestão florestal própria. Eliminação do uso de papel nos processos administrativos, utilização de camiões menos pesados fabricados com recurso a materiais como o alumínio e que permitem melhorar a eficiência do transporte, utilização de processadores florestais para o corte e abate de árvores, adoção de linhas de produção automáticas e certificação FSC em todos os produtos – madeira serrada de pinho, estilha de pinho, serrim de pinho, casca de pinho e paletes de pinho – são apenas algumas das medidas implementadas pela Madeca nas últimas décadas e nas quais foi muitas vezes pioneira.
Atualmente, um dos principais objetivos da empresa é continuar a diminuir a sua Pegada de Carbono com a descarbonização total da Unidade Industrial de Tomar, deixando totalmente de lado o uso de combustíveis fosseis. Medidas para alcançar este objetivo estão já em curso e é expectável que seja atingida a meta da descarbonização total até 2025.
Embora considere que não seja possível a descarbonização completa fora das unidades industriais, o Administrador da Madeca, Paulo Verdasca considera que “mesmo sendo uma tarefa difícil, é urgente encontrar soluções para reduzir as emissões de carbono de uma forma transversal não só no setor como em toda a sociedade. O futuro depende da capacidade de sequestro de carbono e da diminuição das temperaturas”.
Acreditando que as políticas têm de ser mais duras e que nós temos que ser mais ambiciosos na resolução dos problemas ambientais, Paulo Verdasca deixa, ainda, o alerta “adotar medidas não é só uma responsabilidade das empresas, é urgente que as pessoas percebam que têm que racionar o consumo. Temos de consumir menos. Se isso não acontecer e à velocidade que estamos a gastar os recursos disponíveis no Planeta, que desde 2019, já não se consegue regenerar sozinho, vamos entrar numa situação grave e insustentável. A intervenção humana urgente é a única forma de conseguirmos reverter esta situação”.
FLORESTA COMO UM CLUSTER IMPORTANTE PARA PORTUGAL
As florestas têm-se vindo a degradar de uma forma cada vez mais acelerada nos últimos 30 anos, quer ao nível da qualidade quer da produtividade. Incêndios, má exploração e abandono são as principais causas. Um flagelo para o qual é necessário olhar com urgência, não só apontando medidas como atuando efetivamente no terreno.
Uma preocupação partilhada pelo Presidente da AIMMP – Associação dos Industriais de Madeira e Mobiliário de Portugal, Vítor Poças que considera que “O país não está a aproveitar o potencial da floresta”. Recorde-se que em Portugal, a floresta não é produtiva nem rentável, uma vez que o coeficiente de crescimento das árvores e de produtividade é baixo.
É fundamental refletirmos sobre o papel da floresta na economia verde e na mitigação dos problemas ambientais de uma forma global, uma vez que as florestas e a madeira são recursos e ferramentas essenciais para responder aos desafios que as alterações climáticas nos estão a colocar mas Portugal em risco de ficar sem florestas.