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Só 22% dos equipamentos elétricos usados são reciclados a nível mundial

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Apenas 22% dos equipamentos elétricos usados são reciclados a nível mundial, segundo os resultados do 4º relatório “Global E-waste Monitor”, produzido pela Organização das Nações Unidas. Neste sentido, o Electrão, uma das entidades que gere os equipamentos elétricos em fim de vida, em Portugal, lembra que há um longo caminho a percorrer para que o país e o mundo possam apresentar melhores resultados nesta área.

O panorama da recolha e reciclagem deste tipo de equipamentos não é animador ao nível global e mesmo na Europa têm sido feitos avisos à navegação por parte de Bruxelas. Portugal faz parte de um grupo de países, já sinalizados pela Comissão Europeia, que está em sério risco de incumprimento da meta de 2025, de preparação para reutilização e reciclagem definida para os resíduos urbanos, em que se incluem os equipamentos elétricos usados. 

Para contribuir para o incremento da recolha e reciclagem de equipamentos elétricos a nível nacional, o Electrão tem reforçado a rede de recolha própria e tem apostado na proximidade ao cidadão com a oferta de serviços inovadores, de que é exemplo a recolha de eletrodomésticos porta a porta, atualmente disponível em seis concelhos da Área Metropolitana de Lisboa: Almada, Lisboa, Loures, Moita, Odivelas e Seixal.

A acumulação de equipamentos obsoletos por parte de particulares e empresas é um dos motivos que trava a evolução da reciclagem, mas existe outro problema preocupante, para o qual o Electrão já tem insistentemente alertado: o mercado paralelo. Milhares de toneladas são desviadas, todos os anos, do circuito formal da reciclagem para o mercado paralelo. Esta prática implica graves prejuízos para a saúde pública e para o ambiente, já que estes aparelhos são tratados sem que seja acautelada a sua descontaminação.

“É imperativo fiscalizar e sancionar os agentes económicos que operam neste mercado. Só com a atuação concertada de todas as entidades responsáveis será possível combater este flagelo e colocar o país no caminho do cumprimento das metas de recolha”, sublinha Pedro Nazareth, CEO do Electrão.

DADOS DO RELATÓRIO DA ONU

De acordo com o 4º relatório “Global E-waste Monitor”, o descarte de equipamentos está a aumentar a um ritmo cinco vezes superior à reciclagem em todo o mundo.

Segundo o estudo foram geradas, em 2022, a nível mundial, 62 milhões de toneladas de equipamentos elétricos usados, um número recorde, que representa mais 82% do que em 2010.  Esta quantidade seria suficiente para encher 1,55 milhões de camiões de 40 toneladas, suficientes para circundar o Equador. Até 2030 é expetável que a quantidade de resíduos produzida aumente mais 33%, atingindo as 82 milhões de toneladas em todo o mundo.

Apenas 22% dos equipamentos elétricos terão sido devidamente recolhidos e reciclados em 2022, o que corresponde a 62 mil milhões de dólares em recursos que não são aproveitados e que vão contribuir para aumentar a poluição, com consequências graves para a saúde pública e ambiente.

 A previsão é que a taxa de reciclagem global desça para 20% até 2030 face ao ritmo do descarte. Entre os fatores que contribuem para esta estimativa está o progresso tecnológico, o aumento do consumo, as opções de reparação limitadas, os ciclos de vida mais curtos dos produtos, a crescente eletrificação da sociedade, as deficiências de conceção e insuficientes infraestruturas de reciclagem em alguns países do mundo.

RESULTADOS DO ELECTRÃO

Apesar do panorama global, 2023 foi um ano de destaque para a reciclagem de equipamentos elétricos em Portugal, tendo sido recolhidas e encaminhadas para tratamento, pelo Electrão, mais de 27 mil toneladas destes resíduos. Este é o melhor resultado dos últimos anos e representa um aumento de 16% face a 2022, com mais 3.800 toneladas, e de 67% relativamente a 2021, com mais 10.600 toneladas recolhidas.

Estes resultados foram conseguidos muito graças ao envolvimento dos parceiros operacionais, com os quais o Electrão trabalha, mas são também reflexo do aumento exponencial do número de locais de recolha.

As campanhas do Electrão, que mobilizam a comunidade em torno da causa da reutilização e reciclagem, são, igualmente, um importante contributo para os resultados nesta área. São os casos do Quartel Electrão, Escola Electrão, Todos pelo IPO e Escuteiros Electrão, mas também da campanha de recolha de eletrodomésticos porta a porta.

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