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REMAS: Soluções para gestão de risco após incêndios

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Criar um modelo de risco de emissões de gases com efeito de estufa por incêndios florestais, para apoiar as administrações na tomada de decisões e integrar os instrumentos de planeamento e ordenamento do território, é o objetivo do projeto REMAS (INTERREG – SUDOE). No final do mês de setembro, académicos, investigadores e técnicos florestais de Portugal, estiveram na cidade espanhola de Valência para participar na reunião técnica final. Em conjunto com os restantes parceiros procuraram analisar e dar respostas ao funcionamento dos reservatórios de carbono na vegetação e nos solos dos ecossistemas florestais mais representativos do Sudoeste da Europa.

CONCLUSÕES DA REUNIÃO TÉCNICA DO PROJETO REMAS

Académicos, investigadores e técnicos florestais de Portugal, Espanha e França reuniram-se para partilhar e debater os resultados dos estudos realizados nos últimos três anos sobre a gestão do risco de emissões de gases com efeito de estufa em incêndios florestais.

Se o primeiro dia do encontro ficou marcado pela apresentação das conclusões por parte de cada um dos parceiros, no segundo dia as equipas visitaram, na área de estudo, uma das parcelas monitorizadas.

Em Chelva, nos arredores da cidade de Valência, os incêndios de 2012 queimaram cerca de 20.945 hectares de floresta. Aqui, tal como nas outras áreas de estudo – Serra do Caldeirão (Portugal), Guadalajara (Espanha) e Aquitânia (França) -, foram realizadas análises e quantificações de reservatórios de carbono após os incêndios, mediante o tipo de gestão. No estudo, quantificou-se o carbono armazenado no solo e na vegetação e foi calculado o risco de libertação de dióxido de carbono e outros gases de efeito de estufa para a atmosfera que seria gerado em caso de um incêndio rural, tendo em conta fatores como a severidade e a duração do próprio incêndio.

Para a equipa do Município de Loulé, coordenada pelo Gabinete Técnico Florestal, que tem acompanhado o processo, este encontro “foi uma experiência profícua, não só pela intensa troca de aprendizagens, mas sobretudo pelos conhecimentos técnicos adquiridos neste processo, os quais vão beneficiar muito a nossa região.”

Já da parte da AMUFOR, Rebeca Aleix Amurrio sublinha que “a inclusão do risco de emissões de gases com efeito de estufa provenientes de incêndios florestais nos instrumentos de planeamento e nas estratégias de gestão florestal sustentável é, sem dúvida, um elemento fundamental no nosso contributo para a mitigação das alterações climáticas.” Frisando ainda que “a primeira fase do REMAS terminará em dezembro de 2022, mas esperamos que haja continuidade do trabalho realizado nestes três anos para possibilitar alargar o tempo de estudo os ecossistemas florestais que carecem de um maior período de estudo”.

OBJETIVO FINAL DO PROJETO REMAS

Nesta reta final do projeto o objetivo é divulgar e dar visibilidade aos resultados e expor as metodologias, o protocolo de ação, o plano de ação transnacional e o modelo elaborado. Como tal, inicia-se um período em que serão promovidas formações online para técnicos sobre estas matérias que permitirão disseminar o modelo, com o intuito de otimizar a gestão territorial e ambiental.

Apesar de esta ter sido a derradeira reunião de acompanhamento, o projeto irá concluir as suas ações com um evento de comunicação dos resultados, que terá lugar a 14 de dezembro, em Lisboa, no Instituto Superior de Agronomia, um dos parceiros do projeto.

O projeto REMAS é financiado pelo Programa Interreg Sudoe através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Aprovado em junho de 2019, é liderado pela Associação de Municípios Florestais da Comunidade Valenciana (AMUFOR) tem parceiros de prestígio como a Universidade Politécnica de Valência, a Universidade de Valência, o Conselho Provincial de Valência, o Instituto Nacional de Investigação e Tecnologia Agrária e Alimentar, a Câmara Municipal de Loulé, o Instituto Superior de Agronomia, a Escola Nacional Superior de Ciências Agrónomas de Bordéus.