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Mobilidade sustentável: as pessoas no centro da (trans)formação

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A cerimónia de entrega de Prémios Essência do Ambiente contou com um momento de debate que versou sobre o tema “Mobilidade Sustentável: As pessoas no centro da (trans)formação”, cujo painel contou com as intervenções de Carla Pardal, Chefe de Divisão de Mobilidade e Gestão do Espaço Público no Município de Valongo, Elísio Oliveira, Presidente do STAR Institute e Bernardo Sousa Rodrigues, Presidente da AEFEP.

Carla Pardal abriu a reflexão para a temática com o destaque para o livro «Maleitas Urbanas: A Carta das Patologias do Município de Valongo», lançado pela autarquia, que apresenta o diagnóstico, tratamentos e soluções para o território de Valongo, que possibilitam atuar de forma rápida e cirúrgica na resolução dos problemas, para a construção de um concelho mais inclusivo, funcional e atrativo, fomentando e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população. Quando questionada se a obra poderia ser replicada noutros território referiu que “no que toca à mobilidade temos de seguir as boas práticas e os bons exemplos, mas temos sempre de adaptar à realidade do nosso território. Quem vive no espaço é que melhor nos pode indicar o que precisa e quais são as maiores dificuldades no seu dia a dia. Há a teoria e há a prática, e temos de adaptar e ajustar às sugestões da comunidade local”. Concordou ainda que a alteração de paradigma da mobilidade urbana pode definir a opção de os indivíduos escolherem qual o Município onde querem residir e contribuir decisivamente para a qualidade de vida, passando a mesma a ser um ativo.

Na sua intervenção, Elísio Oliveira apresentou o STAR Institute, um centro de tecnologia e inovação focado na indústria automóvel e adjacentes e na sua cadeia de valor e que promove a ligação entre as universidades e a indústria. Em linha com o trabalho desenvolvido pelo mesmo, no que toca à transferência de conhecimento do meio académico para as empresas, refere que “nesta matéria somos ainda um País que está muito atrasado. Trabalhamos muito e produzimos pouco. Temos de centrar a economia mais na área do conhecimento e da tecnologia, para termos por colaborador valor acrescentado superior, pois é a única forma sustentável e saudável de podermos aspirar salários melhores. O sistema de conhecimento e tecnologia é o caminho a seguir para uma economia mais avançada.” Ao nível da mobilidade sustentável e sobre a afirmação que referia que as políticas de estímulo à adoção da mobilidade partilhada poderão baixar a necessidade automóvel, considera que existe a necessidade de caminharmos de forma urgente para a sustentabilidade, salientando que “a partilha de automóveis pode eventualmente reduzir o número de automóveis, mas se o mundo não muda de paradigma vai para um precipício. Por isso, se o número de automóveis tiver de ser sacrificado que assim o seja, mas devemos seguir um rumo de sustentabilidade, porque caso contrário não irá haver mundo para ninguém”.

No seguimento da temática da mobilidade partilhada, Bernardo Sousa Rodrigues trouxe à reflexão três desafios à mobilidade urbana: a concretização dos fundos públicos; a oferta de transportes e serviços associados nas grandes cidades e no interior; e a preferência do transporte individual aos transportes públicos, mesmo sem custos associados. Assim, assumindo esta realidade da persistência da opção do transporte individual, contextualizou o projeto Ushare by AEFEP, que pretende tornar a mobilidade automóvel mais sustentável. Uma plataforma de carpooling universitário que visa constituir uma alternativa de mobilidade mais económica e ecológica para toda a comunidade da Universidade do Porto.

A encerrar a cerimónia, o Vereador do Ambiente do Município de Valongo, Paulo Esteves Ferreira destacou, ainda, a importância de “deixarmos às gerações futuras o Planeta melhor do que o encontramos” confiante de que “estamos no caminho certo. Vamos chegar todos ao mesmo lado, vamos é chegar em velocidades diferentes”.