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Portugal vive além dos recursos disponíveis

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Se todos os países consumissem os recursos renováveis como Portugal, seriam necessários 2,5 planetas para se habitar. Segundo o relatório Planeta Vivo 2020, da WWF – World Wide Fund for Nature, perderam-se, nos últimos 50 anos, 68% das populações monitorizadas de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes. Um grave problema ambiental que se tem vindo a agravar, por causa da pegada ecológica nacional.

ESTAMOS A VIVER A CRÉDITO

O consumismo generalizado está a afetar, significativamente, o meio ambiente, pois os recursos não se conseguem regenerar com a mesma rapidez que são consumidos, traduzindo-se a 2,5 planetas necessários, a cada ano, para satisfazer as necessidades humanas. Para fazer face a esta problemática ambiental, a Associação Natureza Portuguesa, parceira da WWF, alerta para a importância fulcral de se criar um Novo Acordo para a Natureza e para as Pessoas, de modo a preservar os ecossistemas e a biodiversidade da Terra.
Segundo os dados divulgados neste relatório, a pegada ecológica nacional aumentou, exponencialmente, entre 2018 e 2020, posicionando Portugal no 46º lugar a nível mundial. Este valor significa que cada pessoa consome, em média, 4,1 hectares de terra por ano. Uma realidade preocupante, relacionada com o consumismo e o com o turismo a uma larga escala.

NATUREZA E TODAS AS ESPÉCIES COMPROMETIDAS

Atualmente, o estilo de vida de toda a população está a fazer com que se consuma mais do que a natureza pode oferecer. Esta rotina não sustentável está a ter um impacto alarmante, representando, entre outros fatores, um aumento no consumo de peixe e de carne, no número de abate de árvores e um acréscimo, significativo, na poluição do solo e da atmosfera.

O consumismo está a elevar os níveis de extinção de todas as espécies, constituindo um risco severo para o Planeta. De acordo com os investigadores, existe um declínio, médio, de 68% nas cerca de 20 mil populações de 4.392 de espécies existentes.

Por todo o mundo, estas perdas variam, sendo mais acentuadas na América do Sul e Central a registarem 94%, África a representar 65% e, de seguida, a região da Ásia Pacífico com 45%. Já a América do Norte regista uma perda de 33% e a Europa e a Ásia Central de 24%. Valores que devem ser incrementados em toda a comunidade global, para consciencializar sobre a importância de agir de forma responsável para vivermos num Planeta sustentável.

Estamos a caminhar para um cenário preocupante que se vai refletir numa mudança dramática para todo o Planeta. A qualidade de vida pode ser melhorada, de forma sustentável, se reduzirmos as emissões de gases de efeito de estufa, se evitarmos o desperdício alimentar, se implementarmos estratégias conjuntas e, mais importante, se agirmos TODOS de forma consciente e responsável.