Segundo o relatório Registo de Ameaças Ecológicas 2020 (ETR), desenvolvido pela ONG Institute for Economics and Peace, Portugal está entre os países que enfrentam menos ameaças ecológicas, até 2050, o que se traduz num baixo risco de stress hídrico, de insegurança alimentar, de secas, de inundações, de ciclones, de aumento da temperatura e da subida do nível do mar.
Desenvolvido pela primeira vez, este relatório analisa e calcula as ameaças ecológicas que os países enfrentam, faz projeções até 2050 e, ao mesmo tempo, investiga os diferentes níveis de resiliência para lidar com os principais riscos de ameaças ecológicas.
O ETR determinou que 141 países estarão expostos a pelo menos uma ameaça ecológica, até 2050, existindo apenas 16 países que não irão enfrentar qualquer risco de ameaça, como a Suécia, a Noruega, a Irlanda e a Islândia. Contudo, no topo da lista com maior número de ameaças estão países como o Afeganistão, a Síria, o Iraque, o Chade, a Índia e o Paquistão. Segundo o relatório, estes países irão enfrentar pelo menos quatro ameaças ecológicas, o que significa que 2,1 mil milhões de pessoas em todo o mundo irão ser afetadas, traduzindo-se em 25% da população total mundial.
PORTUGAL ENTRE OS PAÍSES COM ALTO RENDIMENTO E ELEVADO ÍNDICE DE PAZ
Portugal está entre o topo da lista do grupo dos 10 países com altos níveis de rendimentos e elevado índice de paz, posicionando-se, assim, no 7º lugar. No entanto, ocupa o 10º lugar, entre estes países, com a maior proporção da população com dificuldades para comprar alimentos, o que significa que 19% da população portuguesa apresenta insegurança alimentar.
O relatório Registo de Ameaças Ecológicas 2020 determinou, ainda, que mais de mil milhões de pessoas vivem em países que não terão capacidade de se adaptar a estas ameaças, o que irá representar um deslocamento em massa até 2050. Desta forma, este relatório verificou que o Paquistão, a Etiópia, o Irão e o Haiti serão os países com mais ameaças e desastres naturais que resultarão num deslocamento em massa da população, afetando, assim, a segurança destas regiões e do mundo.
De acordo com este relatório de previsão, em 2040, mais de metade de população mundial projetada irá viver nos 59 países com elevado stress hídrico em e, até 2050, cerca de 3,5 milhões de pessoas poderão sofrer insegurança alimentar, o que significa, segundo este relatório, um aumento de 1,5 milhões de pessoas por todo o mundo.