Foram encontradas fibras de poliéster no mar do Ártico. Um acontecimento que os investigadores afirmam ser consequência das lavagens de roupas sintéticas pela população da Europa e da América do Norte. Até ao momento, foram descobertos microplásticos em 96 das 97 amostras de água do mar retiradas da região polar.
Através da análise foi possível verificar que mais de 92% dos microplásticos eram fibras e 73% deles eram de poliéster e tinham a mesma largura e cores dos usados nas roupas. A maioria das amostras recolhidas foram retiradas entre 3 a 8 metros de profundidade, onde a maior parte da vida marinha se alimenta, prejudicando a sua sobrevivência.
MICROFIBRAS DE PLÁSTICO ACABAM NOS MARES TODOS OS ANOS
De acordo com o estudo “Pervasive distribution of polyester fibres in the Arctic Ocean is driven by Atlantic inputs”, os microplásticos são cada vez mais reconhecidos como contaminantes globais onipresentes, mas continuam a persistir dúvidas sobre a sua origem, transporte e destino.
Para tal, os investigadores documentaram uma ampla distribuição de microplásticos na água do mar próxima à superfície de 71 estações em todo o Ártico europeu e norte-americano, incluindo o Pólo Norte, caracterizando, ainda, amostras a uma profundidade de 1.015 metros no mar de Beaufort.
Através das amostras apuraram, ainda, que a abundância de partículas está correlacionada com a longitude, com quase três vezes mais partículas no Ártico oriental em comparação com o oeste. O poliéster representa 73% do total de fibras sintéticas, com uma mudança de leste para oeste nas assinaturas infravermelhas, apontando para um desgaste potencial das fibras longe da fonte.
O plástico revela-se uma problemática devastadora para o meio ambiente, mas no Ártico e noutras regiões polares é mais prejudicial devido, sobretudo, aos perigosos acontecimentos das mudanças climáticas, colocando em risco os ecossistemas e a biodiversidade. Só com educação e comunicação ambiental é possível minimizarmos este flagelo que tanto afeta o planeta.