O crescimento económico não tem de estar desagregado da consciência ambiental! Esta foi uma das principais reflexões feitas no Planetiers World Gathering. O maior evento de sustentabilidade mundial realizou-se este ano, pela primeira vez, em Lisboa e juntou especialistas e stakeholders da área da inovação sustentável e apaixonados pela sustentabilidade e pelo Planeta. Foi, também, a primeira vez que o evento se realizou num formato híbrido, dando resposta aos desafios da pandemia Covid-19 que atravessamos. Entre os participantes online e os que estiveram no Altice Arena, a conferência foi acompanhada por mais de 10 mil pessoas em todo o Mundo.
A sessão de abertura ficou marcada pela intervenção do Nobel da Paz, Mohan Munasinghe, que alertou para a necessidade urgente de aprendermos a viver dentro dos limites do Planeta. Se continuarmos a consumir da mesma forma, um planeta e meio não chega para vivermos
O desafio para a discussão e troca de experiências estava lançado: contribuir com soluções para resolver os problemas da humanidade e do Planeta. Durante dois dias foram partilhadas perspetivas e experiências demonstrando que todos podemos fazer algo por um futuro mais sustentável.
Contrariando o mito que é necessário deixar de consumir, ficou claro que é preciso continuar a consumir. Mas consumir melhor, com consciência da escassez dos recursos e adotando técnicas de design, de produção e de transporte e de gestão mais ecológicas.
É URGENTE MUDAR MENTALIDADES!
A educação ambiental assume um papel fundamental neste processo. As gerações mais novas são a chave da mudança. Mikaela Öven, autora de livros sobre educação e fundadora da Academia de Parentalidade Consciente, considera que esta educação deve ser centrada em pilares essenciais: dignidade, integridade, autenticidade e responsabilidade. Alertando “se o fizermos em casa, eles farão o mesmo no mundo.”
Mas esta mudança não é possível sem a consciencialização das restantes gerações, principalmente, das que se figuram agora enquanto agentes económicos. Porque investimos o nosso dinheiro em empresas que destroem o nosso Planeta? Este foi o repto lançado pelo CEO do Grupo Bel, Marco Galinha, que desafiou as empresas a saberem escolher onde investem e a olharem para o retorno dos seus investimentos com foco na sustentabilidade a longo prazo e nem sempre a curto prazo. “As empresas têm de agir já!”
Opinião partilhada pelo CEO do Esporão, João Roquette, que reforçou, ainda, a importância da Comunicação e do Marketing neste processo. Um processo contínuo, desafiante e exigente, porque o mundo empresarial é responsável por muitos dos desafios que a humanidade tem para resolver. “É preciso criar campanhas sobre as pessoas, a vida, a qualidade de vida… não sobre produtos, mas sobre a sociedade.”
Entre painéis, workshops, expositores e apresentação de startups e projetos inovadores foram vários os temas que estiveram em destaque: energia, desperdício alimentar, economia sustentável, alterações climáticas, desigualdades sociais, poluição, turismo , perda de biodiversidade, tecnologia, entre muitos outros que demonstraram que somos todos atores da mudança.
Agora cabe a cada um de nós, na nossa vida quotidiana pessoal e empresarial, questionar: SEREI MESMO VERDE?