Vários incêndios florestais estão a causar devastação e a fazer dezenas de vítimas, forçando a evacuações de milhares de pessoas na Argélia, Grécia, Itália e Espanha. Segundo a Organização Meteorológica Mundial – OMM, essas catástrofes são resultado do calor intenso que está a atingir grande parte do Hemisfério Norte neste verão.
O IMPACTO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS
Centenas de residentes e turistas tiveram de ser evacuados das ilhas gregas de Rodes, Evia e Corfu. Na Argélia, os incêndios causaram dezenas de vítimas. Já o Canadá está a passar pela sua pior época de incêndios florestais já registada, prejudicando a qualidade do ar para milhões de pessoas na América do Norte. Mais de 120 mil moradores tiveram, ainda, que deixar as suas casas.
De acordo com o Centro Interagências Canadense de Incêndios Florestais, a onda de calor já devastou mais de 11 milhões de hectares, em comparação com a média de 10 anos de cerca de 800 mil hectares.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, refere que “o clima extremo está a ter um grande impacto na saúde humana, ecossistemas, economias, agricultura, energia e abastecimento de água.”
NOVOS RECORDES DE TEMPERATURA
As temperaturas da superfície do mar atingiram novos recordes, com ondas de calor marinhas severas no Mediterrâneo e na costa da Flórida. França, Grécia, Itália, Espanha, Argélia e Tunísia revelam, também, novos picos de temperatura diurna e noturna.
Por exemplo, em Figueres, na Espanha, foi registada a temperatura recorde de 45.4 °C. Os ponteiros na ilha italiana da Sardenha chegaram a marcar 48.2°C. E na Argélia e na Tunísia chegaram, respetivamente, a 48,7 °C e 49,0°C.
De acordo com um relatório da Administração Meteorológica da China, a cidade de Turpan alcançou 52.2°C, estabelecendo um novo recorde nacional.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos informou que a capital do Arizona, Phoenix, teve 31 dias seguidos de temperaturas diurnas acima de 43.3 °C.
A OMM afirma que as ondas de calor estão entre os perigos naturais mais mortais vitimizando milhares de pessoas.
De acordo com um estudo da rede World Weather Attribution, o calor máximo atingido em julho de 2023 teria sido “virtualmente impossível de ocorrer na região dos Estados Unidos, do México e do sul da Europa se os seres humanos não tivessem aquecido o planeta queimando combustíveis fósseis”.
PORTUGAL TAMBÉM CONTINUA A SER FUSTIGADO POR ESTE FLAGELO
De acordo com o ICNF, a base de dados nacional de incêndios rurais registou, no período compreendido entre 1 de janeiro e 31 de julho de 2023, um total de 5 170 incêndios rurais que resultaram em 10 545 hectares de área ardida, entre povoamentos (3 639 ha), matos (6 308 ha) e agricultura (598 ha).
Estes desastres climáticos vêm demonstrar a importância que a ação humana pode ter para prevenir este flagelo mundial. São precisos mais esforços para que haja um desenvolvimento sustentável mais equilibrado.