Segundo o “2020 Adaptation Gap Report”, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o ano de 2020 além de atípico, foi também um ano recorde ao nível do aumento da temperatura e do forte impacto das mudanças climáticas, como as secas, as tempestades, os incêndios e as pragas de gafanhotos.
Contudo, este relatório não deixa de fora a preocupação constante que o mundo tem de enfrentar, com o aumento da temperatura em pelo menos 3°C, ainda neste século. Por isso, a adaptação mundial deve ajudar a mitigar as vulnerabilidades dos países e comunidades e aumentar, exponencialmente, as suas capacidades de absorção de impactos para se fortalecerem.
O relatório conclui que, embora as nações tenham avançado ao nível do planeamento, permanecem enormes lacunas no financiamento, dos países em desenvolvimento, e na ampliação dos projetos de adaptação para que possam oferecer uma melhor proteção contra os impactos climáticos.
NOVA REALIDADE CLIMÁTICA
Segundo a investigação, à medida que as temperaturas sobem e, consequentemente, o impacto das alterações climáticas se intensifica, as nações devem reforçar as medidas e as ações para se adaptarem da melhor forma. Contudo, segundo o “2020 Adaptation Gap Report”, os custos anuais de adaptação, à nova realidade climática, nos países em desenvolvimento estão estimados em cerca de 70 mil milhões de euros, número que pode chegar aos 300 mil milhões, em 2030, e 500 milhões, em 2050.
Embora quase três quartos das nações tenham planos de adaptação estabelecidos, é preciso mais financiamento e a sua respetiva implementação, pois são muito baixos para as necessidades atuais.
De acordo com o relatório, a redução das emissões de gases de efeito estufa permitirá reduzir os impactos e os custos associados às alterações climáticas. Alcançar a meta de 2 °C do Acordo de Paris poderá limitar as perdas no crescimento anual até 1,6%, em comparação com os 2,2% para a trajetória de 3°C.
É, assim, fundamental implementar ações para proteger, coordenar e restaurar os ecossistemas. Mas é preciso um esforço coletivo: pelo planeta e pelas pessoas é necessário planear, financiar e implementar mudanças.