O projeto “MAFRA Reciclar a Valer +”, liderado pela Câmara Municipal de Mafra em parceria com diversas entidades do setor, possibilitou a recolha de mais de 2,5 milhões de embalagens usadas de bebidas, ao longo de 14 meses. O objetivo da iniciativa, que decorreu entre abril de 2021 e junho de 2022, foi incentivar a deposição seletiva deste tipo de embalagens e contribuir para um maior envolvimento dos cidadãos no processo da reciclagem. A maior parte das embalagens recolhidas corresponde a plástico PET (82%) e o restante é alumínio (18%).
Mais de 71 toneladas de embalagens foram enviadas para reciclagem. A adesão dos cidadãos ao projeto registou um crescimento gradual. Entre janeiro e março, a título de exemplo, verificou-se uma subida de 46% na recolha diária de embalagens. O projeto contemplou a atribuição de vales de desconto pela entrega de embalagens de alumínio e plástico PET até 3 litros. Os valores variavam de acordo com a volumetria (2 cêntimos para as embalagens inferiores a 0,50 litros e 5 cêntimos para as superiores a 0,50 litros e até 3 litros). No total, foram distribuídos 90 mil euros em incentivos.
No âmbito do projeto foram disponibilizadas 12 máquinas automáticas, que funcionaram como pontos de recolha do consórcio “MAFRA Reciclar a Valer +’, localizadas junto a 6 escolas do município e distribuídas em 6 lojas Lidl, Minipreço e Pingo Doce. Ao depositarem embalagens usadas de bebida nesses locais, os consumidores foram sendo recompensados com vales de desconto nessas lojas.
Além da Câmara Municipal de Mafra, o projeto contou com a participação do Electrão e da Novo Verde, entidades gestoras de resíduos de embalagens, que implementaram os equipamentos de recolha no concelho, da Tratolixo, para onde foram encaminhados os resíduos recolhidos nas várias máquinas disponibilizadas; e, ainda, do Instituto Superior Técnico e da 3drivers que apoiaram a monitorização e avaliação do projeto.
O QUE PENSAM AS ENTIDADES ENVOLVIDAS SOBRE O PROJETO
A vereadora da Câmara Municipal de Mafra, Lúcia Bonifácio, revela que “a defesa do ambiente é uma responsabilidade de todos.” Salientando que “as 12 máquinas irão continuar ao serviço da população. Recicle por si, pelo ambiente e por uma economia mais circular!”
O CEO do Electrão, Pedro Nazareth, considera que os resultados alcançados comprovam o sucesso deste modelo que permite, por um lado, o incentivo à reciclagem e, por outro, assegurar maior qualidade dos materiais recolhidos. “Trata-se, sem dúvida alguma, de um projeto que poderia ser replicado noutros pontos do país e que está a permitir criar conhecimento que deveria ser capitalizado no âmbito do sistema de depósito nacional, que será operacionalizado nos próximos anos. Assim, o Electrão não poderia estar mais satisfeito por ser parte integrante deste processo”, revela.
Já Ricardo Neto, Presidente da Novo Verde, reforça que “a crescente adesão dos cidadãos a esta iniciativa demonstra e comprova a importância de projetos como o “MAFRA Reciclar a Valer +”. Enquanto parceiro pretendemos dar continuidade ao compromisso ambiental e manter o nosso apoio junto dos cidadãos para o correto encaminhamento destes resíduos. Contamos com as sinergias de integração dos diversos sistemas em vigor e dos respetivos agentes da cadeia de valor do SIGRE existentes”. “ Salientando que “a Novo Verde assume diariamente um papel fundamental através da sua experiência no desenvolvimento de sistemas de incentivo e em parcerias que fundamentem o aumento da circularidade e qualidade dos materiais recolhidos”.
Para o Presidente do Conselho de Administração da Tratolixo, João Teixeira, “este projeto veio demonstrar a importância do papel operacional dos Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) no sistema de incentivo de embalagens não reutilizáveis. É muito importante que os SGRU continuem a estar integrados no futuro sistema de depósito de modo a minimizar a pegada ecológica e, simultaneamente, permitir a rentabilização dos investimentos efetuados, dos equipamentos e dos recursos humanos existentes, com claros benefícios ambientais, técnicos e económicos para todo o Sistema”.
Do Instituto Superior Técnico, o professor Paulo Ferrão realçou que “o trabalho desenvolvido para conhecer a perspetiva do consumidor e das outras partes envolvidas foi uma peça fundamental para a melhoria do funcionamento do sistema, pois afinal as melhorias ambientais que este sistema proporciona dependem essencialmente da adesão das pessoas e da mudança do seu comportamento no sentido de aumentar as quantidades de embalagens que são enviadas para reciclagem e, neste caso, a tecnologia está ao serviço dessa mudança de atitude”.
Eduardo Santos, managing partner da 3drivers reforçou que “o caráter inovador deste projeto veio demonstrar a viabilidade de apostarmos em sistemas de recolha complementares aos tradicionais para alcançarmos a circularidade dos recursos, garantindo a sua recuperação e correto encaminhamento para reciclagem”.
Um excelente projeto que fomenta a sensibilização e a educação ambiental junto da comunidade. Com estas ações, o planeta caminha para um lugar verdadeiramente equilibrado, conseguindo atingir patamares extremamente favoráveis na proteção do ambiente.