Um estudo realizado pela Wallapop, em parceria com a MuP Research, revelou que os livros são os bens mais acumulados nas casas dos portugueses. Curiosamente, são também dos objetos que os inquiridos menos estão dispostos a desfazer-se: 42,9% afirmam sentir um forte apego emocional, o que reflete o valor simbólico e cultural atribuído às obras literárias.
Apesar desta ligação afetiva, o estudo destaca uma tendência que ganha força: a reutilização dos livros como uma forma sustentável de prolongar o seu ciclo de vida e de os tornar acessíveis a novos leitores. Com a crescente consciencialização em torno do consumo responsável, este gesto assume-se como um contributo direto para a redução do desperdício e para a promoção da leitura em diferentes faixas etárias e contextos socioeconómicos.
É URGENTE DEIXAR DE ACUMULAR LIVROS
A partilha de livros esquecidos nas prateleiras — sejam romances, clássicos escolares ou histórias infantis — pode ser uma solução simples para fomentar a circularidade cultural. Dar uma nova vida a um livro usado representa não só uma alternativa ao consumo de produtos novos, como também a oportunidade de democratizar o acesso à leitura, especialmente entre os públicos mais jovens ou com menor poder de compra.
Segundo dados da plataforma analisada, entre os livros mais procurados em segunda mão destacam-se os infantis, livros de decoração e séries literárias de culto como a saga Harry Potter. Na lista dos mais vendidos, surgem ainda coleções clássicas, como os livros da Anita, demonstrando que os títulos que atravessam gerações continuam a ter grande valor emocional e comercial.
A reutilização de livros revela-se uma prática com impacto ambiental, cultural e social. Ao prolongar a vida dos exemplares já existentes, promove-se um modelo de consumo mais consciente e sustentável. Valorizar a partilha de livros é também uma forma de incentivar a leitura, reduzir o desperdício e preservar a cultura literária nas comunidades. Afinal, um livro lido pode sempre voltar a contar a sua história — a novos olhos.