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Jornadas ASPEA: especialistas debateram as problemáticas ambientais

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As XXVIII Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental da ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental sob o tema “Educação Ambiental e Cultura Democrática” tiveram uma sessão de abertura em cheio.

Na mesma estiveram presentes o Presidente da ASPEA, Joaquim Ramos Pinto, a Responsável da Escola Superior de Educação do Instituto Jean Piaget do Sul, Clementina Nogueira, em representação da Direção Geral da Educação, Eulália Alexandre, da Agência Portuguesa do Ambiente, Francisco Teixeira, do CCDR-LVT, José Alho e o Diretor do Departamento de Inovação, Ambiente, Clima e Sustentabilidade da Câmara Municipal de Almada, Duarte Mata. Em representação da Embaixada da Ucrânia, esteve presente o Primeiro Secretário dos Assuntos Económicos, Serhii Koroluik.

DESTAQUES DA SESSÃO DE ABERTURA DAS JORNADAS DA ASPEA

Joaquim Ramos Pinto, Presidente da ASPEA, dá início à sessão de abertura, referindo que as jornadas “realizam-se num momento em que o nosso planeta enfrenta várias crises, umas mais visíveis e outras menos visíveis. Falamos de crises humanitárias em vários pontos do planeta, crises de direitos humanos e ambientais, crise climática, crise de perda de biodiversidade, entre outras”. O mesmo reforça a sua ideia salientando que “precisamos de encontrar, através da educação, e da Educação Ambiental, em particular, pontos comuns que possam provocar uma forte mobilização de toda a sociedade sem deixar qualquer grupo de fora do processo, para responder e encontrar em conjunto as melhores soluções no presente que possam ser seguidas, ajustadas ou alteradas no futuro. “

O Presidente da ASPEA não deixa de destacar o papel essencial das políticas globais, nacionais e locais, referindo que “devem ser capazes de aumentar as soluções necessárias para enfrentar as crises que vivemos, políticas capazes de formarem cidadãos ativos, sensíveis, conscientes, detentores de capacidade crítica.”

Já Clementina Nogueira, do Instituto Jean Piaget do Sul, salienta que esta colaboração faz todo o sentido para a escola, pois sendo esta uma escola associada da UNESCO, as temáticas que o evento pretende debater estão totalmente alinhadas com os objetivos afirmados pela UNESCO.

Seguidamente teve lugar a intervenção de Eulália Alexandre, representante da Direção Geral da Educação, que abordou o tema central das jornadas “Educação Ambiental e Cultura Democrática”, defendendo que “só podemos ter uma opinião se tivermos conhecimento. E que queremos promover o conhecimento, mas acima de tudo queremos que os jovens passem à ação”. Acrescenta, ainda, que “queremos promover os conhecimentos e dizer aos alunos que a sala de aulas não é só um espaço entre quatro paredes, é um mundo que queremos preservar”. Sublinha que “o que se faz nestas jornadas é dar significados às aprendizagens. Estamos com este evento a dar voz aos nossos alunos, a dar-lhes conhecimento e a trazê-los para a causa comum, que é o nosso planeta”.

Francisco Teixeira da Agência Portuguesa do Ambiente, no seu discurso faz a ligação para o real descontentamento da população portuguesa, apresentando alguns dados resultantes de inquérito à população, fazendo referência ao filósofo português Viriato Soromenho Marques. O mesmo refere-se à Estratégia Nacional de Educação Ambiental (ENEA), como uma oportunidade e espaço de dinâmica mobilizadora entre os atores envolvidos nas políticas públicas.

José Alho, representante da CCDR-LVT, frisa que “devemos estar satisfeitos com essa capacidade de dar continuidade a um trabalho que começou há várias décadas, pois estamos já nas XXVII Jornadas, o que revela que existe empenho e persistência em continuar esse processo, e que o devemos prolongar no tempo”. Dizendo, ainda, que devemos ter “sempre o foco de que a educação, contrariamente à informação, é um processo continuado, não se esgota nos bancos da escola”. Destacando a capacidade de não desistir, a resiliência que é necessária para os melhores resultados.

O Primeiro Secretário dos Assuntos Económicos, em representação da Embaixada da Ucrânia, Serhii Koroluik, falou sobre os ataques russos a pontos estratégicos energéticos da Ucrânia, nomeadamente às duas centrais nucleares (Chernobyl e Zaporizhya). Refere que, por falta de educação e informação, os soldados russos mantiveram-se nas zonas radioativas de Chernobyl, mas entretanto já se retiraram por estarem a sofrer efeitos da radiação. Serhii Koroluik aproveitou, ainda, a oportunidade para reforçar a importância do apoio dos países e associação do “mundo civilizado”, para terminar o conflito. E agradece o apoio que todos os portugueses estão a prestar ao povo ucraniano.

Finalizando a sessão de abertura, Duarte Mata, Diretor do Departamento de Inovação, Ambiente, Clima e Sustentabilidade da Câmara Municipal de Almada, reforçou a mensagem que não há planeta B, e que o ambiente e a sustentabilidade são a base para podermos viver neste mundo, e são as gerações mais jovens que estão a pressionar a sociedade para o futuro.

Acrescentando que “o pior que pode haver hoje, quando falamos de Educação Ambiental, é passar uma mensagem e assistir a práticas contrárias. Não podemos pedir às pessoas que salvaguardem os recursos e não oferecer um enquadramento institucional, democrático e económico que lhes permita fazer as suas escolhas individuais. Isto é criar na sociedade um beco sem saída”.

As XXVIII Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental contaram com um programa preenchido por conferências magistrais, comunicações orais, oficinas pedagógicas, apresentação de livros e revistas, stands e saídas de campo com ações de intervenção. Os conteúdos abordados distribuíram-se em eixos temáticos: como a Educação Ambiental e participação social para a ação climática, a Educação Ambiental como forma de alcançar um modelo de economia circular, a Educação Ambiental e voluntariado ambiental para uma cultura de corresponsabilização e a Educação Ambiental, como promotora da cultura democrática nas políticas públicas.