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Nem todos os fungos estão nas metas globais de conservação

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“Include all fungi in biodiversity goals” é a carta que alerta que todos os fungos devem ser incluídos nas metas globais para a conservação da biodiversidade, que serão aprovadas na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, que decorrerá de 11 a 24 de outubro, na China, em Kunming.

Susana Gonçalves, Investigadora do Centre for Functional Ecology da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra – FCTUC revela que se pretende que “incluam explicitamente o Reino Fungi nos alvos designados através da inclusão do termo funga, substituindo em todos os documentos a expressão “fauna e flora” por “fauna, flora e funga”. Salientando que esta carta apresenta-se como uma resposta à carta “A inclusão dos chamados “macrofungos”. “Na nossa carta, enfatizamos a necessidade de incluir todos os fungos e providenciamos evidências de que os “microfungos” merecem igual consideração”.

É PRECISO DESTACAR TODA A BIODIVERSIDADE DO PLANETA

A carta revela que é surpreendente que apenas 425 espécies, dos milhões de espécies de fungos que habitam o planeta, tenham sido avaliadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza – UICN para a Lista de Espécies Ameaçadas.

Embora a população mundial associe os fungos a cogumelos, na verdade, “a maioria dos fungos não produz estruturas reprodutivas visíveis a olho nu. Por exemplo, os fungos micorrízicos arbusculares são extremamente importantes: colonizam as raízes de 80% de todas as plantas, uma simbiose que ajudou as plantas a conquistarem a terra. Os bolores, tais como aqueles dos quais a penicilina foi isolada, são também microfungos. As leveduras Saccharomyces, que nos dão o pão, a cerveja e o vinho, são fungos unicelulares”.

A investigação demonstra, ainda, que a falta de conhecimento sobre quais os fungos com maior risco de extinção dificulta a capacidade de informar e antever medidas concretas de conservação. São para isso necessárias mais avaliações para fornecer soluções baseadas nos fungos para enfrentar as atuais problemáticas, pois, como revela a carta “os fungos suportam toda a vida na Terra. Não podemos permitir-nos negligenciá-los nos nossos esforços para travar a perda de biodiversidade.”