Com o objetivo de estabelecer uma população viável e manter um fluxo genético regular com outras populações de linces, restabelecendo a situação favorável à espécie de lince-ibérico, foram libertados sete exemplares de lince-ibérico, no passado mês de fevereiro, na área de reintrodução do Vale do Guadiana.
Todos os exemplares soltos nasceram em 2020, em três dos quatro Centros de Reprodução em Cativeiro, existentes na Península Ibérica. Dois exemplares, machos, provêm de El Acebuche (Andaluzia), três exemplares, fêmeas, são oriundos de La Olivilla (Andaluzia) e ainda dois exemplares, machos, nasceram no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI), do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), situado em Silves, no Algarve.
Segundo o ICNF, “o ano de 2020 foi particularmente favorável ao lince em Portugal, com o nascimento de 60 crias em meio natural e o estabelecimento de 18 fêmeas reprodutoras com territórios estabilizados, tornando assim o Vale do Guadiana uma das áreas de reintrodução com maior sucesso a nível ibérico.” Salientando, “áreas de solta definidas para 2021 foram selecionadas com base em critérios técnicos de existência de habitat adequado e de disponibilidade de alimento para os linces.”
FATORES POSITIVOS PARA O CONTÍNUO DESENVOLVIMENTO DO LINCE DE PORTUGAL
De entre outros inúmeros fatores para o desenvolvimento sustentável do lince de Portugal estão a colaboração de proprietários e de gestores de herdades e de zonas de caça, a gestão sustentável do território, a abundância de coelho-bravo, uma atitude favorável evidenciada pela população local à presença do lince e a conectividade da população de linces do Vale do Guadiana, fundamental para o incremento da variabilidade genética.
Desde a sua reintrodução, o núcleo populacional de lince-ibérico tem evidenciado um crescimento sustentado, reunindo mais de 150 exemplares, que se distribuem por quase 500 km2.
Estas são ações que potenciam a conservação do lince-ibérico, em Portugal, e que garantem a manutenção da biodiversidade e a preservação dos ecossistemas. Com estas iniciativas no terreno é possível assegurar, ainda, os riscos associados a esta espécie animal.