De 28 a 30 de março, Lisboa foi palco do European Climate Summit 2023. Sob o mote “aproveitar o poder da colaboração”, o evento que reuniu os principais especialistas em áreas como o carbono e a energia teve como propósito analisar e discutir os desenvolvimentos atuais e os principais desafios para nestas áreas. O objetivo? Contribuir para um avanço efetivo na ação climática através dos mercados de carbono na Europa.
Promovido pela IETA – The International Emissions Trading Association, uma organização empresarial sem fins lucrativos que tem como missão estabelecer uma estrutura internacional funcional para o comércio de reduções de emissões de gases de efeito estufa, o certame permitiu acompanhar o desenvolvimento da política de mercados de carbono, compreender de forma mais abrangente os principais impulsionadores atuais e previstos do mercado de carbono e ter uma visão completa da transição para uma economia com emissões líquidas de gases com efeito estufa zero. Em análise esteve também a evolução dos preços, o perfil de risco e as oportunidades de investimento nos mercados voluntários e de compliance de carbono.
Para Dirk Forrister, Presidente da IETA, “a ECS realizou-se após doze meses tumultuados para os mercados de carbono. Os governos conseguiram um ato de equilíbrio complicado, trabalhando para aumentar a segurança energética no decorrer de uma crise global, ao mesmo tempo em que aprofundaram o seu compromisso com as metas climáticas. Os resultados da COP27 demonstraram que os países – mais do que nunca – entendem o potencial da cooperação, aproveitando coletivamente o poder dos negócios para atingir as metas do Acordo de Paris. O acordo da União Europeia sobre amplas reformas no seu sistema de comércio de emissões demonstra qual o caminho que pretende efetuar para manter o seu papel de liderança. Com as mudanças propostas, o limite do EU ETS chegará a zero em meados de 2039”. Reforçando que “o crescimento contínuo e a disseminação do mercado voluntário de carbono além-fronteiras nacionais é em si uma prova do compromisso coletivo”.
Com foco na conquista da neutralidade carbónica, o encontro fomentou o networking com o propósito de potenciar novas conexões entre empresas, governo e sociedade civil e inspirar novas ideias e atitudes, criando oportunidades.
Recorde-se que se encontra em consulta pública o decreto-lei que vai permitir criar um Mercado Voluntário do Carbono em Portugal, à semelhança do que já está a ser discutido na União Europeia.