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Estudo revela mais lixo nas praias do que algas marinhas

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De forma a valorizar a importância ecológica do sargaço – alga marinha castanha, investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental – CIIMAR,  da Universidade do Porto, desenvolveram um estudo em cinco praias portuguesas. O objetivo inicial era analisar este recurso natural, mas os investigadores depressa concluíram existir mais lixo que sargaço na Praia de Modelo, em Vila Praia de Âncora, na Praia do Cabedelo, na Praia de São Pedro de Paramos e na Barrinha de Esmoriz.

Marcos Rubal, investigador deste estudo, revela que “encontramos sempre pelo meio uma quantidade enorme de lixo, então decidimos adicionar esta componente de lixo ao estudo e, a partir daí, além de quantificarmos o sargaço e a espécie de algas que apareciam no sargaço, começamos a quantificar o lixo para poder comparar.”

Este estudo desenvolveu-se em duas fases: uma durante o verão e outra durante o inverno, em praias pouco urbanizadas, de modo a recolher uma maior variedade de sargaço, de algas e de lixo.

PRAIAS PORTUGUESAS COM MAIS LIXO NO INVERNO

De acordo com os investigadores, a quantidade de sargaço e a quantidade de lixo variam tendo em conta as praias e a época do ano, relevando que “a quantidade de lixo pode ser até quatro vezes superior ao peso total de sargaço, em especial no inverno.” Salientando, “durante essa altura do ano a deposição de lixo, como restos de cordas, redes emaranhadas, linhas de pesca, rolhas plásticas para a cultura do mexilhão e uma variedade de plásticos, era superior, sobretudo devido aos temporais e ao aumento do nível das águas.

Contudo, é no verão que se encontra mais beatas de cigarro, restos de comida, pequenos plásticos, garrafas de água, pacotes de sumo e outros poluentes, devido às praias serem mais ocupadas.

É, desta forma, fundamental perceber como é que o lixo existente nas praias portuguesas pode, efetivamente, alterar o papel do sargaço, que compreende importantes serviços ecológicos nas praias arenosas, nomeadamente com a manutenção do ciclo de nutrientes, das cadeias tróficas marinhas, nos ecossistemas costeiros.