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Estúdios de cinema mais verdes da Europa vão nascer em Portugal

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Palmela, no distrito de Setúbal, foi o local escolhido pela Tage Studios para implementar o primeiro estúdio de cinema verdadeiramente verde da Europa. Autossustentável e eco-friendly, o complexo contempla a aposta em painéis solares, um sistema de recuperação de água da chuva e a utilização de materiais reciclados ou de origem local. A sua construção terá, ainda, em conta a proteção e a preservação da biodiversidade local. Num investimento de 200 milhões de euros, deverá começar a ser construído no final de 2024/ início de 2025.

“A ideia era criar um estúdio de referência, que fosse ecologicamente correto e autossustentável desde o primeiro dia, tornando-o o primeiro do mundo para instalações de cinema e televisão”, contou David Hallyday, fundador e diretor do Tage Studios, ao The Hollywood Reporter. “Quando começamos este projeto, há cinco anos, não conseguíamos encontrar nenhum estúdio em qualquer lugar que fosse projetado assim, para ser uma instalação verde desde o início”.

Todo o projeto está planeado para permitir criar uma estrutura de energia quase zero. Além disso, será feita uma grande aposta em tecnologia verde e pensados todos os pormenores para minimizar o impacto da intervenção humana, por exemplo, as janelas serão desenvolvidas com o objetivo de evitar colisão de pássaros e os sistemas de iluminação projetados com vista à redução da poluição luminosa de forma que as operações noturnas não perturbem os ritmos noturnos da vida selvagem em redor.

EXPOSIÇÃO SOLAR, PAISAGENS E POLÍTICAS AMBIENTAIS TORNAM PORTUGAL O PAÍS PERFEITO PARA IMPLEMENTAR O PROJETO

Considerando Portugal um dos países costeiros com maior exposição à luz solar do mundo (com uma média de 300 dias de sol por ano), com belas paisagens e boas políticas ambientais, David Hallyday não teve dúvidas quanto ao nosso país ser a escolha certa para implementar este projeto. “O governo português é um líder global em política ambiental e estabeleceu metas ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, aumentar o uso de energia renovável e promover práticas ecológicas” afirma.

Reforçando o grande desafio que é desenvolver um projeto com estas caraterísticas “projetar tudo, desde instalações e equipamentos até prédios e terrenos, para atender aos mais altos padrões ambientais e fornecer às produções internacionais o serviço e a confiabilidade de alto nível que eles esperam – precisamos que este estúdio funcione 24 horas por dia, 7 dias por semana e que seja 100% confiável e seguro desde o primeiro dia – tem sido o maior desafio”.

O cinema vive agora uma mudança de paradigma. O sistema europeu de subsídios e incentivos fiscais para filmes está a tornar-se mais verde e os principais estúdios estão a ter em consideração o impacto ambiental de uma produção ao decidirem onde filmar. Não será um caminho fácil, pelas mudanças e custos que implica, mas será este o caminho de futuro para uma indústria cinematográfica alinhada com as preocupações ambientais globais.

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