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As empresas que liderem em sustentabilidade são as que têm vantagens competitivas

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Após anos de ações inadequadas no combate à ameaça das alterações climáticas, entidades de todos os setores estão cada vez mais cientes e preparadas para a adoção de medidas a implementar rumo à sustentabilidade do planeta. Isto é o que nos diz o relatório “Winning the Race to Net Zero: The CEO Guide to Climate Advantage”, do World Economic Forum e Boston Consulting Group.

De acordo com o estudo, as empresas que liderarem este tema podem ter um impacto maior e obter vantagens competitivas em múltiplas dimensões.

EMISSÕES LÍQUIDAS PARA AS EMPRESAS

Atualmente, são 92 os países que já assumiram compromissos para atingir a neutralidade carbónica, sendo que estes representam 78% das emissões globais de CO2.

Os compromissos com a sustentabilidade, nos últimos anos, estão a crescer, significativamente, pelo que a nível organizacional mais de 2.000 empresas, em todo o mundo, estabeleceram objetivos validados pela iniciativa Science Based Targets (SBTi), contra as 116 registadas em 2015, o que representa um crescimento de 65% por ano.

O relatório realça que, apesar de ser um desafio, esta transição é também uma oportunidade sem precedentes para as empresas ganharem vantagens competitivas. Com base em dados quantitativos e qualitativos, incluindo entrevistas com CEOs e altos executivos de empresas líderes em todas as regiões e indústrias, o relatório mostra benefícios em diversas áreas.

O mesmo revela que metade das pessoas que procuram emprego dão prioridade à sustentabilidade. A nível de negócio, o estudo mostra que as empresas com alternativas verdes crescem mais do que aquelas que oferecem produtos tradicionais.

TRANSFORMAÇÃO GLOBAL SUSTENTÁVEL

Patrick Herhold, Managing Director e Partner do Centro para o Clima e Sustentabilidade da BCG revela que “a mudança está a acontecer muito mais rapidamente do que a maioria das pessoas e das empresas se apercebem.” Salientando que “as empresas que subestimam o ritmo e a magnitude de mudanças como estas, correm o risco de subestimar o impacto que a transformação climática pode ter nos modelos de negócio, produtos e valor da empresa”.

É possível, assim, que quase todas as empresas reduzam, pelo menos, um terço das emissões exigidas sem custos líquidos para o seu negócio. Algumas organizações conseguem até descarbonizar quase totalmente sem estes custos.

Antonia Gawel, Antonia Gawel, Responsável pela Plataforma pela Ação Climática do World Economic Forum destaca que “a liderança pelo setor privado é fundamental para acelerar a ação climática em conjunto com medidas arrojadas tomadas pelos líderes governamentais. Estamos a assistir a um novo impulso. A COP26 colocou as questões climáticas no centro das atenções a nível mundial, com compromissos significativos a serem assumidos.” A mesma salienta que “na agenda de Davos 2022, esperamos que os líderes empresariais continuem a aumentar os seus compromissos, reconheçam os riscos climáticos emergentes como fundamentais para a sua atividade e traduzam os compromissos em transformação do negócio e em investimentos empresariais a curto prazo. Este relatório descreve como os líderes podem tornar-se sustentáveis e acelerar a ação de que necessitamos para proteger o planeta”.


O relatório comprova, ainda, que o setor automóvel oferece excelentes exemplos desta realidade. A Tesla introduziu o primeiro veículo 100% elétrico produzido em massa, em 2008. Mais tarde, em 2019, a Mercedes-Benz tornou-se no primeiro grande incumbente a estabelecer a ambição de ter uma frota de veículos neutra em carbono, até 2039.

Atualmente, apenas três anos depois, praticamente todas as grandes fabricantes estabeleceram metas ambiciosas de eletrificação e muitas delas planeiam encerrar totalmente as vendas de motores de combustão interna na próxima década ou duas.

Este relatório disponibiliza um guia fundamental para uma transformação global sustentável, sendo que nos mostra claramente que as empresas pioneiras na implementação de medidas com vista à sustentabilidade do planeta são as que mais obtêm vantagens competitivas. Contudo, são precisos mais incentivos como o aumento da sensibilização e da educação ambiental para que seja possível todos os setores abrirem portas à sustentabilidade.