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Dois terços dos portugueses consideram que a adaptação às alterações climáticas é uma prioridade

Um inquérito anual, encomendado pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), revela que mais de três quartos dos portugueses reconhecem a necessidade de mudar e adaptar o seu estilo de vida aos efeitos das alterações climáticas. Embora estas sejam consideradas o quinto maior desafio nacional, atrás do aumento do custo de vida, acesso a cuidados de saúde, migração e desemprego, 99% dos inquiridos consideram importante que Portugal se adapte às mudanças climáticas, sendo que 66% priorizam esta questão.

O inquérito, que recolheu as opiniões de mais de 24 mil pessoas na União Europeia e nos EUA, incluindo 1009 em Portugal, destaca que 95% dos portugueses acreditam que investir na adaptação agora evitará custos mais elevados no futuro. Os fenómenos meteorológicos extremos, cada vez mais frequentes e graves, têm intensificado o custo económico das alterações climáticas, colocando desafios significativos em termos de infraestruturas, segurança alimentar e estabilidade hídrica.

PORTUGUESES E A ADAPTAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

A experiência direta dos portugueses com fenómenos extremos reforça a urgência da adaptação: 86% foram afetados por pelo menos um evento climático severo nos últimos cinco anos, incluindo ondas de calor (63%), incêndios florestais (48%) e secas (43%). Entre as consequências mais mencionadas estão a destruição de florestas e espaços naturais (28%), problemas de saúde (24%) e perturbações nos transportes (19%).

No contexto desta realidade, 77% dos inquiridos afirmam estar cientes de que terão de mudar e adaptar os seus estilos de vida. Apesar disso, apenas 53% conhecem os apoios públicos ou incentivos financeiros disponíveis para apoiar a adaptação.

Entre as prioridades identificadas pelos portugueses para a adaptação local estão a educação da população para prevenir e enfrentar fenómenos climáticos extremos (52%), o arrefecimento das cidades (38%) e a melhoria de infraestruturas (37%). Em termos de financiamento, 49% defendem que os custos devem ser suportados pelas indústrias que mais contribuem para as alterações climáticas, enquanto 30% consideram que o esforço deve ser partilhado por todos.

A nível global, 67% dos portugueses acreditam que o país deve fazer mais para apoiar os países em desenvolvimento mais vulneráveis aos impactos das alterações climáticas. Para a Presidente do BEI, Nadia Calviño, “uma transição bem planeada faz sentido não só ambientalmente, mas também economicamente, pois cada euro investido na prevenção e resiliência permite poupar entre cinco e sete euros na reparação dos danos”.

Este inquérito reforça a necessidade de uma resposta coordenada e imediata às alterações climáticas, destacando a oportunidade de investir em estratégias que promovam resiliência e sustentabilidade.