Conscientes do papel dos municípios para garantir que Portugal cumpre as metas climáticas que permitirão o alcance da neutralidade carbónica até 2050, Vila Nova de Cerveira pretende afirmar-se como um Município sustentável e integrador não só do ponto de vista social e económico, mas, também, ambiental.
Com uma localização geográfica privilegiada do ponto de vista do património natural – entre a montanha e o rio – Cerveira tem uma identidade própria, onde a beleza e o enquadramento paisagístico são inquestionáveis e emolduram o seu potencial turístico e económico. Para o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira “só com sustentabilidade ambiental podemos dar outra dimensão à nossa terra. Urge implementar no Município uma verdadeira harmonia entre o crescimento da edificação e a defesa do nosso património ambiental. O Planeamento territorial assume-se como um domínio fundamental e estruturador da política urbana do município, nele se plasmando um conjunto de diretrizes e ações condicionadoras do desenvolvimento do território”.
Entre as principais políticas públicas previstas pelo novo executivo estão a promoção da sustentabilidade ambiental, uma nova política de transportes que garanta uma mobilidade sustentável dos cidadãos, a valorização da zona ribeirinha, o alargamento da rede de saneamento básico e distribuição de água da rede pública e a promoção do planeamento e ordenamento do território. Para Rui Teixeira “as acessibilidades são um dos fatores críticos do desenvolvimento económico, da instalação de novas empresas e da criação de emprego. A redução dos tempos de percurso, a redução da sinistralidade, a valorização do transporte público e a adoção de tecnologias amigas do ambiente constituem os principais desafios a superar”. Em cima da mesa está, também, a criação de estratégias que permitam eliminar a poluição do ar, do solo e da água, com especial incidência na Zona Industrial.
Mas para contribuir de uma forma eficiente para o desafio global de redução das emissões de CO2 e dando uma resposta adequada ao definido no Plano Nacional Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030) e no Roteiro para a Neutralidade Carbónica, o Município de Cerveira vai trabalhar para diminuir a sua Pegada Ambiental. Para tal, pretende levar a cabo uma auditoria energética e adotar medidas que permitam compensar as emissões poluentes através da otimização energética dos edifícios públicos, da substituição da frota automóvel municipal por uma frota de veículos elétricos, híbridos ou a biodiesel mais amigos do ambiente.
Integrado na Eurocidade Cerveira-Tomiño, a estratégia do Município passa, também, por uma grande cooperação transfronteiriça. O Plano de Atividades da Eurocidade para 2022 incorpora uma forte componente ambiental, nomeadamente a elaboração do Programa Cerveira-Tomiño Sustentável e do processo de Agenda Urbana em parceria com a RedLab. O objetivo é dar resposta efetiva ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e aos desafios ambientais de integração social, mobilidade e conectividade, priorizados à escala europeia para 2021-2027, nomeadamente a economia circular, a transição e a eficiência energética, a promoção da economia local e a preservação do património natural, áreas a ser trabalhadas em conjunto pelos dois municípios. “O interesse e a vontade de implementar um programa ambicioso de fortalecimento das relações transfronteiriças e que seja levado em consideração pelos governos de Portugal, da Galiza e de Espanha” é fundamental para Rui Teixeira que reforça “a cooperação transfronteiriça é uma porta aberta para o desenvolvimento dos respetivos territórios, pelo que uma das apostas para 2022 será o ambiente, preservando e valorizando o vasto património natural existente e complementar em ambos os concelhos, promovendo políticas de sustentabilidade”.
Impedir a prospeção e exploração de minérios no concelho é, também, uma prioridade para o autarca de Cerveira. Após a consulta pública do Relatório de Avaliação Ambiental Preliminar do Programa de Prospeção e Pesquisa de Lítio das oito potenciais áreas para lançamento de procedimento concursal, a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira emitiu uma pronúncia desfavorável que vem reforçar a posição que tem vindo já a ser defendida por Rui Teixeira. Em causa está a consulta pública iniciada pela DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia dois dias depois das eleições autárquicas. Entre as oito áreas previstas encontra-se a Serra d’Arga, que abrange o concelho de Vila Nova de Cerveira.
Só com uma estratégia transversal é possível garantir a preservação do equilíbrio ecológico, da biodiversidade e da qualidade de vida da população. O trabalho, embora faseado, tem de ser estrutural e com efeitos duradouros.