O núcleo populacional de cavalos-marinhos que, em março de 2022, tinha sido recolhido na zona da baía da Trafaria, no concelho de Almada, e acolhido no Oceanário de Lisboa, foi devolvido ao seu habitat natural.
A ação foi coordenada pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e envolveu o Oceanário de Lisboa, o MARE-ISPA, devidamente licenciados para a translocação dos cavalos-marinhos, e a Câmara Municipal de Almada. A devolução foi feita em mergulho, na zona da Trafaria.
CAVALOS-MARINHOS NA NATUREZA
Este núcleo populacional de cavalos-marinhos das espécies Hippocampus hippocampus e Hippocampus guttulatus, foi resgatado na sequência do colapso de um dos pontões da Trafaria.
Decidiu-se pela recolha destes animais, com a ajuda do MARE-ISPA e sob coordenação do ICNF, uma vez que se encontravam em risco devido ao possível afundamento do que restava da estrutura do pontão. Os cavalos-marinhos foram acolhidos pelo Oceanário de Lisboa, onde permaneceram até serem agora libertados. Antes da libertação, foi retirada uma rede fantasma e estão previstas várias ações de limpeza para breve.
A já referida intervenção de 2022, permitiu recolher 5 marinhas (Syngnathus acus) e 23 cavalos-marinhos, das duas espécies ocorrentes em Portugal (4 cavalos-marinhos comuns, Hippocampus hippocampus, e 19 cavalos-marinhos-de-focinho-comprido, Hippocampus guttulatus). As marinhas, que, entretanto, se haviam reproduzido, permitiram devolver mais de 100 indivíduos no passado mês de março.
As espécies Hippocampus hippocampus e Hippocampus guttulatus têm graves problemas de conservação, necessitando de medidas de proteção específicas e urgentes, o que fez com que já estejam listadas nos anexos da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção) e no Regulamento Comunitário, que aplica essa convenção na União Europeia.
Esta foi uma excelente ação que veio proteger e conservar a flora e a fauna selvagens e promover a sobrevivência natural destas espécies.