De acordo com o estudo “The Green Revolution”, que analisou 40 produtos alimentares produzidos em 38 mil locais, o setor alimentar é responsável por cerca de um terço das emissões de gases com efeito de estufa. No entanto, o estudo, divulgado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, demonstra que nem todos os alimentos têm o mesmo peso nesta responsabilidade ambiental.
FIQUE A CONHECER QUAIS OS ALIMENTOS COM MAIOR PEGADA ECOLÓGICA
Entre os alimentos que mais contribuem para as emissões de gases poluentes, a carne bovina destaca-se como uma das principais fontes. Por cada quilograma de carne bovina produzido, são libertados 99 quilogramas de dióxido de carbono equivalente. Esta elevada pegada ecológica deve-se à ocupação intensiva do solo para pasto, ao metano libertado pelos animais e à grande quantidade de cereais necessários para a sua alimentação. De facto, cerca de 40% da superfície terrestre é ocupada por unidades de produção agropecuária, o que faz da agropecuária a produção mais prejudicial para o ambiente.
Embora os produtos de origem animal sejam, em geral, os principais responsáveis pelas emissões de gases com efeito de estufa, alguns produtos agrícolas também representam sérios riscos ambientais.
O café, por exemplo, é o quinto alimento com maior pegada ecológica, devido à destruição de florestas tropicais para o seu cultivo, à utilização de grandes áreas de terreno e ao consumo intensivo de água. Em contrapartida, alimentos como a banana e o tomate têm um impacto ambiental significativamente mais baixo.
Na lista de alimentos com maior impacto na pegada ecológica do ambiente encontram-se também o chocolate negro, cordeiro e carneiro, rebanho (para leite), camarão de cultivo, queijo, peixe de cultivo, porco, aves, óleo de palma, azeite, ovos e arroz. Com menor impacto, destacam-se o leite, tomate, ervilhas e bananas.
O QUE REALMENTE PREJUDICA O AMBIENTE?
As alterações no uso do solo, o transporte, as embalagens, a produção agrícola, o processamento e o retalho são alguns dos fatores mais prejudiciais ao aumento da pegada ecológica. Em regra geral, os alimentos de origem animal têm uma pegada ambiental maior do que os alimentos de cultivo. Por exemplo, alimentos como o trigo e o tomate apresentam emissões consideravelmente mais baixas.
Adotar uma alimentação responsável passa, cada vez mais, por conhecermos a pegada ecológica dos alimentos que temos à mesa. Optar por uma dieta com menor consumo de produtos de origem animal tem um impacto positivo no ambiente. Segundo o estudo, 1 em cada 10 portugueses já segue uma dieta “veggie”, que inclui vegans, vegetarianos e flexitarianos (pessoas que, ocasionalmente, consomem carne ou peixe).
A crescente preocupação com a sustentabilidade alimentar leva a que cada vez mais estudos e políticas públicas se concentrem na redução do impacto ambiental da produção de alimentos. Identificar e promover alternativas alimentares menos prejudiciais para o ambiente torna-se, assim, uma prioridade global.
