Sesimbra voltou a ser um ponto de encontro para centenas de mergulhadores de todo o mundo que partilham a paixão pelo oceano e que se envolvem na proteção dos seus ecossistemas. Durante 24 horas, entre 27 e 28 de maio, 842 mergulhadores certificados mobilizaram-se para uma ação de limpeza naquela zona da costa portuguesa, atingindo, assim, um novo recorde mundial do Guinness em número de participantes – o anterior recorde, alcançado em 2019, na Flórida (EUA), era de 633 mergulhadores.
QUAIS OS RESÍDUOS MAIS ENCONTRADOS NA AÇÃO DE LIMPEZA SUBAQUÁTICA
A iniciativa de limpeza subaquática, promovida pela organização Oceanum Liberandum e apoiada pela EDP, permitiu recolher cerca de sete toneladas de resíduos do fundo do mar, entre garrafas de plástico e de vidro, têxteis, linhas, cabos e armadilhas de pesca ou maços de tabaco. Parte destes artigos, como é o caso das armadilhas de pesca em bom estado, foi devolvida aos pescadores para reutilização, fortalecendo, assim, a parceria entre a comunidade de mergulhadores e os profissionais de pesca local.
A juntar a estes artigos mais comuns, foram, ainda, encontrados outros mais invulgares, como bandeiras de Portugal, uma porta de frigorífico, um barco ainda com motor, um extintor e até um engenho explosivo que a Marinha Portuguesa resgatou para neutralizar numa zona segura.
Esta foi a segunda edição desta campanha de limpeza, depois do sucesso da primeira iniciativa, em setembro do ano passado. Mais uma vez, foi possível contar com o envolvimento de perto de 100 voluntários, entre os quais vários colaboradores da EDP, que desempenharam um papel fundamental na recolha e seleção do lixo retirado do fundo do mar. Um apoio que reforçou o trabalho de organizações como a Oceano Azul e a Movimento Claro e, também, da Ghost Diving, que recolheu parte do lixo que a Fabrica4U irá usar para produzir peças de mobiliário recicladas.
Além do recorde com o número de mergulhadores, a campanha de limpeza bateu um segundo recorde. Conseguiu formar a maior frase escrita com materiais recicláveis (no Parque de Campismo de Sesimbra) com 5.253 peças – o mínimo de peças definido pelo Guinness World of Records era de 5.000 peças.
A Oceanum Liberandum, que conta com o apoio da EDP e de outras entidades, como a Câmara de Sesimbra, a Fundação Oceano Azul, a Seiko e vários centros de mergulho de norte a sul, cumpre, assim, a sua missão de alertar para os problemas que os oceanos enfrentam e sensibilizar para a urgência de proteger a vida marinha.
Com esta iniciativa na costa de Sesimbra, a associação não só mobiliza centenas de pessoas numa prática desportiva, sustentável e em prol de uma causa ambiental, como também demonstra que estes resíduos podem ter uma segunda vida além do aterro como destino final. É um compromisso que a EDP reforça ao associar-se a esta iniciativa desde 2022, tendo como objetivo apoiar a preservação dos oceanos e sensibilizar para a importância de manter os ecossistemas marinhos livres de poluição.
ALARGAR A CAMPANHA DE LIMPEZA AQUÁTICA À ESCALA IBÉRICA
À ação de limpeza em Sesimbra, a EDP junta agora o patrocínio de uma campanha de limpeza em Espanha promovida pelo Projeto Libera “1m2 contra o lixo”, dando, assim, dimensão ibérica ao seu objetivo de mobilizar e sensibilizar a sociedade para a necessidade de proteger o oceano e os ecossistemas marinhos.
Esta ação de limpeza subaquática voltou a desafiar todos os setores da sociedade a juntarem-se à grande ação de limpeza em praias e rios. Desta forma, esperam também reforçar a mensagem sobre a urgência de proteger a natureza e de promover a biodiversidade.
À beira de um verão que se prevê ser um dos mais quentes e secos de sempre, torna-se ainda mais necessário libertar os espaços naturais de resíduos. Neste contexto, o Projeto Libera, criado pela SEO/BirdLife em aliança com a Ecoembes, volta a incentivar a sociedade civil para que se junte nesta missão comum – os chamados “Liberadores”.
Esta ação de limpeza na costa espanhola faz parte de uma campanha de limpeza da Libera mais alargada e que envolve a colaboração de 570 municípios do país vizinho – unidos na missão “#MiPuebloSinBasuraleza” que pretende proteger o património natural de cada região – e dos organismos que gerem 297 espaços e parques naturais em Espanha.