A fim de promover a literacia socioambiental, através de hortas biodiversas, o tratamento de biorresíduos e o aproveitamento das águas pluviais, surge o projeto “Tá na Horta”. De forma inovadora, esta iniciativa da ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental envolve jovens e famílias nestas práticas através da complementaridade do papel da Educação Ambiental e das ofertas educativas em Equipamentos para a Educação Ambiental.
Este projeto está intimamente ligado ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 12 – Produção e Consumo Sustentáveis – nos domínios do ecodesign (eficiência no uso e reaproveitamento de materiais e outros recursos) e do estímulo ao consumo desses produtos. Tal articulação com este ODS é operacionalizada recorrendo à colaboração entre agentes de Educação Ambiental, fomentando sinergias e otimizando recursos disponíveis.
UM PROJETO COM VISTA À ECONOMIA CIRCULAR
O “Tá na Horta” enquadra-se no Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC), plano que veio estabelecer orientações de âmbito nacional, setorial e regional, que contribuem para o ODS 12 e que assenta no princípio de fomentar a regeneração dos recursos materiais utilizados e dos sistemas naturais subjacentes. Este vai ao encontro de dois dos pilares da Estratégia Nacional de Educação Ambiental (ENEA 2020), nomeadamente, valorizar o território e tornar a economia circular.
Para Joaquim Ramos Pinto, Presidente da ASPEA, “este tipo de iniciativas são importantes para alertar a sociedade e os atores políticos para os problemas provocados pela crise ambiental que enfrentamos, contribuindo com ações que nos levem a reconhecer a importância da responsabilidade individual e compromisso coletivo para a proteção do ambiente.”
Ana Cristina Ferreira, Coordenadora do projeto, refere que o “Tá na Horta” surge da “problemática Alimentação-Alterações climáticas, bem como da necessidade de uma maior resiliência da comunidade educativa perante a crise económica gerada pelo COVID-19 (insegurança alimentar e falta de ligação com a natureza).” Salientando que “o principal eixo temático da formação é a Permacultura, através de hortas biodiversas, valorização de biorresíduos e aproveitamento das águas pluviais. É importante ainda considerar a “cultura regenerativa” que tem como objetivo a reconstituição, realimentação, recuperação socioambiental e territorial”
De acordo com a ASPEA, os objetivos de desmaterialização, economia colaborativa e consumo sustentável devem ser assimilados ao nível das escolhas quanto à localização e processamento das diversas atividades humanas. Sendo que há referência destacada no papel dos recursos de Educação Ambiental fora das escolas.
Desta forma, o projeto encontra-se, também, em consonância com a Agenda2030, visando o desenvolvimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, nomeadamente: Educação de Qualidade (ODS 4); Reduzir as Desigualdades (ODS 10); Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11); Produção e Consumo Sustentáveis (ODS 12); Ação Climática (ODS 13); Proteger a Vida Terrestre (ODS 15) e Parcerias para a Implementação dos Objetivos (ODS 17).
O projeto prevê, ainda, um concurso de hortas pedagógicas e a produção de um E-book “Manual de boas práticas de Hortas pedagógicas” com base no concurso. Iniciativas que fazem realmente a diferença na proteção do planeta. Mas é preciso um esforço coletivo!