O projeto europeu “GoGreen –Ação Local para o Pacto Ecológico Europeu”, que promove a partilha de conhecimentos e de modos de atuação local para a transição ecológica, realizou a sua quarta e última formação, dedicada à “Educação Ambiental, Comunicação e Participação Social”, na Irlanda. A Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) foi a coorganizadora desta ação de formação e é uma das parceiras portuguesas do projeto.
O curso teve como objetivo formar sobre o papel da Educação Ambiental, da comunicação e da participação social para o envolvimento das comunidades locais na transição ecológica. A 4º formação permitiu, ainda, explorar iniciativas locais como a iniciativa Beaches and Dunes For Climate Action, dedicado ao uso ambientalmente responsável de praias e dunas de forma a aumentar a proteção costeira, e a campanha “Love This Place”, que encoraja a comunidade local a proteger a natureza através de simples ações.
A parte do curso de formação dedicada à Educação Ambiental, dinamizada pela ASPEA, em parceria com o professor da Universidade de Santiago de Compostela, Germán Vargas Callejas, pretendeu refletir e interagir sobre a importância da conexão entre as comunidades e a natureza e à necessidade de interligação das comunidades locais. Esta perspetiva foi visível ao longo das visitas a projetos locais tais como o Tidy Towns Project ou o Croagh Ambassador Program, onde se pode vislumbrar esses conceitos de forma prática. Foram promovidos ainda exercícios de simulação para ilustrar de forma pedagógica os processos de liderança numa comunidade.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PARTICIPAÇÃO SOCIAL SÃO NECESSÁRIAS PARA UM FUTURO MAIS VERDE PARA TODOS
A Vereadora do Município de Torres Vedras, Dulcineia Ramos, que participou a convite da ASPEA, destaca que “participar nesta experiência internacional dedicada à Educação Ambiental contribuiu para entender que as problemáticas a nível europeu são idênticas em muitos locais, contudo, existem diversas formas de as resolver sempre numa ótica de cocriação com a comunidade local”. Nesse sentido, considera que os casos práticos mostrados foram “ideais para nos apontarem as soluções adequadas ao nosso território”.
O presidente da ASPEA, Joaquim Ramos Pinto, explica que “durante os quatro dias de atividades, houve vários momentos dedicados à partilha de experiências entre os parceiros para discutir e refletir sobre os desafios e oportunidades da Educação Ambiental, sublinhando a importância da participação democrática e do envolvimento ativo da comunidade na formulação de políticas locais”.
Finalmente, a gestora do projeto na ASPEA, Jade Alves Gabiron destacou a complementaridade existente entre a formação teórica e as visitas técnicas. “Vi a Educação Ambiental refletida no envolvimento de comunidades locais altamente inspiradoras e foi uma oportunidade única de trocar aprendizagens baseadas sobre as experiências da ASPEA em Portugal.”
CAPITAL NATURAL, PATRIMÓNIO CULTURAL, GESTÃO DE RESÍDUOS E GESTÃO DA ÁGUA
Esta formação foi o culminar de uma série de cursos iniciados em abril do ano passado. O centro de investigação SYNTHESIS, parceiro do projeto, acolheu, no Chipre, o curso de formação entre 24 e 27 de abril de 2023, reunindo decisores políticos e profissionais de cinco países. Os módulos abrangeram o capital natural, o património cultural, a gestão de resíduos e a gestão da água.
Já o município de Zoersel, na Bélgica, outro dos envolvidos no projeto, promoveu um curso de formação sobre mobilidade e energia que decorreu entre os dias 3 e 6 de outubro de 2023. A iniciativa contou com representantes da Câmara Municipal de Mafra, Tomar e Satão, a convite da ASPEA, além de outros municípios portugueses a convite da Câmara Municipal de Lousada.
Anteriormente a este curso, entre 20 e 23 de fevereiro de 2024, o projeto realizou um curso em Portugal, nomeadamente em Lousada, dedicado ao planeamento do território e conservação da biodiversidade.
Desde o início do projeto, em 2022, o consórcio tem promovido cursos de formação sobre temas relevantes na gestão autárquica para o ambiente como água, resíduos, ordenamento do território, biodiversidade, comunicação e mobilização social.
O projeto GoGreen é cofinanciado pelo programa Erasmus+, o instrumento financeiro da Comissão Europeia para a Educação e Formação, com um apoio de 377.934,00 euros. O projeto conta com a participação de seis entidades parceiras: três municípios (Lousada – Portugal, Zoersel – Bélgica, Soto del Real – Espanha), duas ONG ambientais (ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental – Portugal, Leave no Trace – Irlanda) e um centro de investigação (Synthesis – Chipre).
