Joaquim Ramos Pinto, Presidente da ASPEA e Clarisse Ferreira, Vice-Presidente reuniram com Chang, Tsung-Che, Representante de Taiwan no Centro Económico e Cultural de Taipei em Lisboa, para formalizar o apoio de 1.379,35€ do “Forestry and Nature Conservation Agencie de Taiwan”. Este apoio será utilizado ao longo dos anos de 2023-2024, na gestão e execução do projeto “Be Butterfly Friendly”, assim como na aquisição de equipamentos e materiais, em saídas de campo, contando, ainda, com recursos humanos em regime de voluntariado.
O projeto “Be Butterfly Friendly” é projeto piloto que se inicia na região da grande Lisboa, nas escolas do concelho de Oeiras, mas que pretende ser alargado a nível nacional. O objetivo geral centra-se na sensibilização para a proteção e conservação dos polinizadores, reconhecendo a importância, causas e consequências do seu declínio, recorrendo às saídas de campo e visitas exploratórias nas hortas pedagógicas e biológicas, como estratégias na promoção da Educação Ambiental.
OBJETIVOS DO PROJETO “BE BUTTERFLY FRIENDLY”
No ano 2024, no período da primavera, vão ser realizadas sete saídas de campo para dar a conhecer os insetos em geral e os lepidópteros em particular, polinizadores da Quinta de Recreio do Marquês de Pombal e das Hortas Pedagógicas e Biológicas, aos alunos das Escolas de Oeiras, fomentando a Educação Ambiental.
Os lepidópteros são um dos grupos de insetos mais bem estudados devido, principalmente, ao facto de serem populares entre as pessoas e relativamente fáceis de identificar. Este grupo reage rapidamente às alterações do meio sendo por isso considerado um bom bioindicador ambiental. Na Europa, assistimos a um acentuado declínio dos insetos sendo vários os fatores em causa, por exemplo: a perda e/ou fragmentação de habitat, a relação que possuem com a sua planta hospedeira, as alterações climáticas, a utilização crescente de pesticidas e fertilizantes sintéticos associados à agricultura intensiva, ação de espécies invasoras como a vespa asiática, entre outros.
Os Censos de Borboletas de Portugal que permitem a obtenção de registos e retirar conclusões sobre a flutuação das espécies de borboletas diurnas apenas estão implementados há 3 anos. Em Portugal, os insetos também estão em declínio. Na Europa existem registos de pelo menos 30 anos, onde a cultura de monitorização é uma prática já assumida pelos cidadãos.
Em Portugal são conhecidas pelo menos 135 espécies de borboletas diurnas, de ropalóceros, uma das quais está considerada em perigo (EN) – Euphydryas aurinia – outras apresentam estatutos de ameaçadas ou até mesmo pouco preocupante e todas devem ser protegidas, assim como o seu habitat do qual têm uma relação em várias fases do ciclo de vida.
Os objetivos do projeto vão de encontro à Diretiva Quadro da Água e Diretiva Habitats, aos princípios da Carta da Terra e Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania. Desta forma, o projeto pretende dar a conhecer a importância dos polinizadores e a sua relação com as plantas hospedeiras, nomeadamente das borboletas diurnas (Ropalóceros), realizar monitorização com saídas de campo, criação de um jogo do tipo de Escape Room e um livro digital. Os dados obtidos serão lançados para as plataformas do Biodiversity4all e do Projeto Rios.
Este projeto, de dimensão regional, aplicado como projeto piloto no Concelho de Oeiras, pressupõe compromissos e parcerias com entidades governamentais e está alinhado com a Convenção para a Diversidade Biológica (CBD), a Estratégia da UE para a Biodiversidade 2030 para os polinizadores tendo por base o colaboração e orientação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), ainda, com as Estratégias Nacionais de Educação Ambiental (ENEA), e da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB) e com o Pacto Ecológico Europeu.
Na Europa, o programa “do Prado ao Prato” dá resposta à meta da UE em reduzir a utilização de pesticidas em metade e reforçar a área de agricultura biológica em, pelo menos, 25%, até 2030.
“Be Butterfly Friendly” pretende promover a investigação, a avaliação e monitorização dos polinizadores, aumentar a consciencialização e transferência de conhecimentos, melhorar ferramentas de avaliação para apoio à tomada de decisão e implementar, práticas amigas dos polinizadores, numa fase piloto, na rede das hortas escolas de Oeiras.