O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, defendeu, durante a Cimeira das Nações Unidas Sobre Sistemas Alimentares, um mundo onde todas as pessoas tenham acesso a refeições saudáveis e nutritivas.
A cimeira, que teve lugar em Nova Iorque e que reuniu os líderes mundiais, teve como objetivo alertar para a urgência de repensar a produção e a distribuição alimentar e também para a importância da erradicação da fome e da redução das doenças relacionadas com a má alimentação.
PANDEMIA COVID-19 AGRAVOU A FOME E A DESNUTRIÇÃO
Segundo os dados disponibilizados pela ONU, mais de 800 milhões de pessoas no mundo passam fome, 3 biliões não têm dinheiro para ter uma alimentação saudável e 462 milhões estão desnutridas.
Esta situação foi agravada pela pandemia, que prejudicou os esforços levados a cabo pela Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. De acordo com o relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, entre 83 milhões a 132 milhões de pessoas foram levadas à fome crónica, no ano de 2020.
O secretário-geral da ONU reconheceu que a pandemia COVID-19 alavancou o estado de pobreza em que vivem milhões de pessoas, assim como o aumento da fome em vários países. António Guterres defendeu um sistema alimentar que apoie a saúde e o bem-estar de todos, uma vez que a “desnutrição e a fome não são forças da natureza, mas resultado da falta de ações de todos nós”.
Relembrou, ainda, a importância do trabalho coletivo de empresas e dos governos para aumentar o acesso a dietas saudáveis, de forma a serem criados novos hábitos, como, por exemplo, o acesso universal a refeições nutritivas nas escolas, ação que já esta a ser implementada em diversos países e que foi alvo de elogio por parte do diplomata.
Dirigindo-se à comunidade, António Guterres reforçou a necessidade de “aumento da distribuição de comida em áreas afetadas por conflitos ou emergências climáticas, investimentos em sistemas de prevenção da fome e contribuição para a nutrição adequada para todos, já que muitas vezes dietas nutritivas são caras ou não estão disponíveis”.