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CPO26: ambições climáticas são suficientes para travar o aquecimento global?

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Com o objetivo de continuar a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e com a meta clara de se atingir a neutralidade climática global, foi desenvolvida a COP26 – a 26ª Cimeira do Clima. Esta cimeira teve um propósito muito claro: foi pedido que 196 países e a União Europeia apresentassem planos de redução de emissões, até 2030.

A ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, a Oikos e a Fundação Fé e Cooperação (FEC) estiveram presentes na COP26. Num comunicado divulgado pela ZERO, a cimeira “começou com o mundo a caminho de um aumento de temperatura de 2,4°C devido às emissões de gases de efeito de estufa e uma intensificação de eventos climáticos extremos ligados às alterações climáticas – incluindo inundações, furacões e incêndios florestais”.

Os países do mundo juntaram-se nesta cimeira, organizada pelas Nações Unidas, para fazer cumprir o Acordo de Paris assinado em 2015 – o qual visa manter o aquecimento global abaixo de 2°C, idealmente 1,5°C.

MARCOS CRUCIAIS NA AMBIÇÃO CLIMÁTICA DOS PAÍSES

De forma a dar um passo no comprometimento futuro ambiental foi alcançado um acordo que visa a redução, até 2030, das emissões de metano, o segundo gás mais importante em termos de emissões e responsável por cerca de 30% do aquecimento global.

Um outro marco foi a adesão de 23 novos países num acordo que assume o fim do uso de carvão na produção de eletricidade.

Também a gestão florestal mereceu especial destaque na COP26. Mais de 100 países se comprometem a acabar com a desflorestação até 2030. O conjunto destes países representa cerca de 85% das florestas mundiais.

A ZERO refere, também, que nesta cimeira houve o anúncio da primeira iniciativa diplomática mundial focada na eliminação da exploração de combustíveis fósseis. Chamada de “Beyond Oil & Gas Alliance”, ou “BOGA”, o esforço reúne países e jurisdições subnacionais que se comprometeram a encerrar novos licenciamentos para exploração e produção de petróleo e gás, tomando medidas para a prossecução desse objetivo, reconhecendo que a eliminação dos combustíveis fósseis é urgente e crucial para enfrentar a crise climática.

De acordo com a entidade, a adesão de Portugal à aliança é compatível com a Lei de Bases do Clima portuguesa e, por isso, “esta adesão, sendo de saudar, era expectável, pois não implica esforços adicionais por parte do país na luta climática.”

CONCLUSÕES DA CIMEIRA DO CLIMA

Das conclusões tiradas, é provável que o aquecimento global, no final do século, se mantenha em cerca de 2.0°C, com uma amplitude possível de 1,4 a 2,6°C. Estes números preliminares ainda terão de ser validados através de estudos e simulações por parte dos climatologistas, sendo de realçar uma grande incerteza.

As práticas incoerentes que têm vindo a ser executadas, por todo o mundo, expõem os países em desenvolvimento às consequências de políticas e metas definidas pelos países ricos para a descarbonização das suas economias e enfraquecem a posição dos países ricos como líderes mundiais no combate às alterações climáticas. É, por isso, essencial a adoção de mais medidas adequadas no combate à crise climática no âmbito da mitigação, adaptação, financiamento e justiça climática.