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Agricultura urbana, segurança alimentar e economia em debate em Serralves

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“De que forma é que a pequena agricultura urbana desempenha hoje funções de segurança alimentar, coesão social e sustentabilidade ambiental?” Para responder a esta e a outras questões, no dia 17 de setembro, Leonardo Costa, Professor da Católica Porto Business School, vai participar numa sessão do Ciclo de Conversas “Alimentar uma Causa” sob o tema “Economias, Agriculturas e Segurança Alimentar” que se realiza pelas 11h00, em Serralves. A entrada é livre, mas mediante inscrição.

UM DEBATE QUE VAI ABRIR HORIZONTES PARA UMA ECONOMIA MAIS CIRCULAR

Segundo o historiador Fernand Braudel (1902-1985), a economia de mercado tem uma hierarquia: no topo da hierarquia estão os monopólios, os oligopólios e, digamos, os oligarcas das diferentes espécies (também os financeiros); no meio está a economia concorrencial de mercado (que ensinamos aos alunos de economia) e na base está o autoconsumo.

Ou seja, não há economia, mas economias, também na agricultura. De outro modo, não há agricultura, mas agriculturas. A pequena agricultura urbana é, no presente, essencialmente uma agricultura de autoconsumo, situando-se na base da hierarquia referida. Ao longo da História a pequena agricultura urbana, que opera nos territórios das cidades, não é um fenómeno novo, mas sim um fenómeno antigo, com novas expressões e velhas e novas funções nos territórios das cidades onde opera.

Leonardo Costa, Professor da Católica Porto Business School, explica que “as crises sucessivas que o mundo tem vivido, desde a crise financeira global de 2008, à pandemia Covid-19 e à guerra Rússia-Ucrânia, trouxeram mudanças ditadas por uma reconfiguração dos equilíbrios geopolíticos internacionais. Os bancos centrais têm atuado para controlar a inflação provocada, em larga medida, pela guerra e pela especulação financeira à volta da mesma nos mercados de futuros de cereais, especulação causada por agentes económicos que operam no topo da hierarquia de Braudel.” Salientando que “já as consequências redistributivas da política monetária seguida para controlar a inflação e sustentar o esforço de guerra, política penalizadora dos agentes que operam no meio e na base da hierarquia de Braudel, são, no mínimo, ignoradas”.

O professor acrescenta ainda que “se juntarmos a crise climática global e o papel primordial das cidades na mitigação e adaptação às alterações climáticas com origem humana, é fácil de perceber que a agricultura urbana ganha uma nova relevância, quer do ponto de vista da segurança alimentar das populações das cidades, quer em termos de coesão social e de sustentabilidade ambiental das mesmas”.

A sessão “Economias, Agriculturas e Segurança Alimentar”, que integra o Ciclo de Conversas “Alimentar uma Causa”, uma iniciativa promovida pela Fundação de Serralves, em parceria científica com a Universidade Católica Portuguesa no Porto, irá ser sem dúvida um grande mote para a mudança de comportamentos em prol de um futuro mais verde.