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A pesca insustentável do tubarão anequim pode levar à sua extinção

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De forma a alertar para a necessidade, urgente, de reforçar os esforços de conservação de uma das espécies de tubarão mais vulnerável no Atlântico Norte: o tubarão anequim, alguns investigadores e especialistas enviaram uma carta pública à União Europeia (U.E) para exigir a tomada de medidas decisivas, que protejam esta espécie animal da pesca insustentável.

Segundo os investigadores e especialistas, esta espécie animal é um símbolo icónico para a conservação dos oceanos, sendo essenciais para a manutenção de ecossistemas marinhos saudáveis e produtivos. No entanto, a sua taxa de crescimento lenta, a maturidade tardia e a baixa fertilidade do anequim são fatores que tornam esta espécie bastante vulneral à sobreexploração 

MEDIDAS DE GESTÃO PROPOSTAS À UNIÃO EUROPEIA

De acordo com os modelos de avaliação das populações desta espécie animal, publicados em maio de 2019, desenvolvido pela ICCAT – Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico, o tubarão anequim continuará a ser alvo de ameaça, até 2035, resultante da captura precoce e imatura.

Desta forma, os investigadores recomendam à U.E a adoção de uma política de não-retenção total, em combinação com medidas de mitigação de captura acessória, que proíba a retenção a bordo, transbordo e desembarque, a exploração de medidas de gestão espacial de forma a evitar “hot spots” de anequins e assim reduzir interações entre frotas de palangre e anequins – particularmente juvenis – e assegurar que medidas são tomadas de forma evitar a mudança de esforço de pesca e mortalidade para outras espécies sensíveis de tubarões, como o tubarão-sardo.

Este seria o caminho adequado a seguir, uma vez que esta espécie animal tem vindo a ser, cada vez mais frequentemente, capturada de forma intencional ou acidental e vendida no mercado, pelo que a sua sobrevivência está perto do colapso.  

PORTUGAL E ESPANHA SÃO OS PAÍSES QUE MAIS CAPTURAM ESTA ESPÉCIE ANIMAL

Embora muitas das embarcações tentem não capturar o tubarão anequim, ao evitar áreas onde existe uma grande concentração desta espécie animal, um elevado número continua a ser, frequentemente, capturado. Portugal e Espanha são os países que representam, agora, mais de metade de todas as capturas do anequimno Atlântico, uma vez que as suas embarcações, que têm como alvo o atum e o espadarte, são responsáveis pelo maior número de mortalidade desta espécie de tubarão. 

Segundo os investigadores, a inclusão dos anequins no Apêndice II do CITES – Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção, em agosto de 2019, reforçou o estado de conservação desta espécie animal. 

Medidas de gestão capazes de prevenir capturas acidentais e que recolham informação adicional sobre as zonas de distribuição e reprodução desta espécie seriam essenciaisPara fazer face a esta problemática, alguns países preparam-se para submeter propostas à ICCAT, com o intuito de assegurar um ecossistema sustentável e saudável no Atlântico Norte.